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Com vasto acervo de arte, hotel em Lisboa funciona como galeria

Instalações, tapeçarias e exposições exclusivas transformam o Tivoli Avenida Liberdade em um refúgio cultural no coração de Lisboa

Por Nádia Sayuri Kaku
18 set 2025, 15h00

Inaugurado em 1933, o Tivoli Avenida Liberdade tornou-se um ícone da hotelaria de Lisboa (Portugal) e sempre funcionou como um palco de expressão artística, combinando com harmonia a hospitalidade de luxo e um profundo compromisso com as artes. Com corredores e áreas comuns decorados com uma vasta coleção de tapeçarias, pinturas e cerâmicas, o hotel é uma verdadeira galeria viva, onde história e criatividade se encontram.

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Painel Lisboa do século XVI, de Risques Pereira.
Painel Lisboa do século XVI, de Risques Pereira. (Tivoli/Divulgação)

Entre os destaques do acervo da exposição permanente da galeria do Tivoli estão o painel Lisboa do século XVI, de Risques Pereira, cerâmicas de Jorge Barradas, a tapeçaria Os Signos do Zodíaco, de Jean Lurçat, e a tapeçaria A Mina, de Vieira da Silva, além de uma valiosa coleção com mais de 80 obras de Mily Possoz. A experiência artística se estende também aos jardins, onde se preservam azulejos originais do século XVIII.

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Suíte Beatriz Costa.
Suíte Beatriz Costa. (Tivoli/Divulgação)

Entre 2011 e 2016, o hotel recebeu mais de 14 exposições, com destaque para nomes como Pedro Barateiro, Conceição Abreu, Pedro Calapez, Rui Calçada Bastos, Miguel Palma, Pauliana Pimentel e Ana Pérez-Quiroga. Com a arte em seu DNA, em outubro de 2022, o Tivoli Avenida Liberdade reafirmou seu papel no roteiro cultural da cidade com o lançamento do projeto Tivoli Art Collection – Make Room for the Masterpieces, um manifesto da marca em apoio às artes. A iniciativa estreou com SUPERFLORA, de Márcio Vilela, marcando uma nova fase de diálogo artístico dentro de seus espaços.

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A mata não pede passagem, a primeira exposição individual do artista nipo-brasileiro Nathan Kunigami
A mata não pede passagem, a primeira exposição individual do artista nipo-brasileiro Nathan Kunigami (Tivoli/Divulgação)

Em 2023, a Alexandra de Cadaval Art Projects apresentou uma série exclusiva de tapeçarias da artista sul-africana Esther Mahlangu, seguida da exposição ILLUSION OF CLAY, de AKACORLEONE, que ficou em cartaz até o início de 2024. Já em 2024, o hotel apresentou A MATA NÃO PEDE PASSAGEM, a primeira exposição individual do artista brasileiro Nathan Kunigami, do Kokuga Flower Studio — uma instalação site-specific exibida no lobby do Tivoli. Também durante a Lisbon Design Week, foi realizada a exposição MILLY, com curadoria de Felipa Almeida, que apresentou uma coleção inédita de nove jarros de flores criados pelas artistas Henriette Arcelin, Maria Paz Aires e Maud Téphany, inspiradas em obras de Mily Possoz, pioneira do Modernismo português, cuja maior coleção privada pertence ao hotel.

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GOLDEN HOUR, de Ana Trancoso.
GOLDEN HOUR, de Ana Trancoso. (Tivoli/Divulgação)

Mantendo o compromisso com as artes, presente desde a origem do hotel, em maio de 2025, o Tivoli Avenida Liberdade convidou a interior stylist portuguesa Ana Trancoso para criar uma nova instalação site-specific, um projeto concebido para dialogar com a arquitetura do espaço. Ana Trancoso criou GOLDEN HOUR, em referência à luz do fim de tarde dos meses mais quentes, trazendo para o coração da cidade uma evocação sensorial da praia.

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GOLDEN HOUR, de Ana Trancoso.
GOLDEN HOUR, de Ana Trancoso. (Tivoli/Divulgação)

Com uma longa trajetória no mundo editorial, Ana foi editora em revistas como Elle e Vogue Portugal, onde teve liberdade para explorar sua criatividade sem amarras. Esse período serviu como um verdadeiro laboratório para experimentar, ousar e desenvolver uma estética própria. Atualmente, ela se dedica principalmente a projetos de decoração, nos quais alia sua bagagem editorial ao rigor técnico proporcionado por sua formação. A estrutura do móbile foi construída com tubos e cavilhas metálicas de perfil redondo, com as formas geométricas, de acrílico transparente, suspensas por finíssimos cabos de aço, garantindo leveza e um movimento subtil com o fluxo do ar. As dimensões das peças variam entre 10 cm e 80 cm de diâmetro, compondo um conjunto harmonioso e equilibrado. A escultura instalada na entrada do hotel, também de acrílico transparente, tem 2 m de diâmetro e, por contraste com a leveza das peças do móbil, é estática. A paleta de cores de ambas explora tons dourados e amarelos, intensificados pela transparência do material e pela justaposição das formas. A instalação ficará em exibição no hotel até outubro.

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Suíte Beatriz Costa.
Suíte Beatriz Costa. (Tivoli/Divulgação)

A vertente artística também se reflete nas suítes do Tivoli Avenida Liberdade. O hotel apresenta agora as novas Suites de Assinatura, inspiradas no requinte das décadas de 1930 e 1950, com destaque para cores intensas, materiais sofisticados e elementos que remetem à arquitetura e à herança cultural da propriedade. Já a suíte Beatriz Costa presta homenagem à lendária atriz portuguesa que morou no Tivoli por mais de cinquenta anos. O ambiente resgata a atmosfera da época e reúne uma coleção de objetos pessoais da artista, além de fotografias e obras selecionadas que celebram sua trajetória.

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