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Conheça alternativas para fazer a gestão dos resíduos orgânicos em casa

Cidades no Brasil estão tornando obrigatória a separação dos biorresíduos para estimular a compostagem e reduzir gastos públicos e impactos ambientais

Por Giuliana Capello
Atualizado em 21 ago 2025, 11h35 - Publicado em 20 ago 2025, 15h11

Desde abril, os moradores de Nova York são obrigados a separar os resíduos orgânicos gerados em casa do lixo comum e dos materiais recicláveis. A prefeitura local disponibiliza recipientes próprios para que a população de todos os distritos deposite os biorresíduos (restos de alimentos, guardanapos de papel, podas de jardim etc.), que são coletados semanalmente. A medida, que prevê multas de US$ 25 a US$ 300 para quem descumprir a lei, visa ajudar a cidade a atingir a meta climática de reduzir 90% dos resíduos enviados a aterros até 2030.

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Assim como na megalópole, a emergência climática tem aumentado o número de cidades que estão criando leis e programas voltados à gestão desses resíduos. As novidades envolvem a obrigatoriedade da triagem – como ocorre em Seattle, em San Francisco e em toda a França (desde janeiro de 2024) – e outras medidas ainda mais criativas. Na Bélgica, por exemplo, a prefeitura de Mouscron, Antuérpia e Limburg conseguiu reduzir o volume de resíduos orgânicos em aterros através da distribuição de galinhas a famílias da região – que assinavam um acordo em que afirmavam ter espaço suficiente e condições de cuidar delas por, ao menos, dois anos, oferecendo-lhes parte dos restos de alimentos gerados em casa.

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(Lenka Dzurendova/Unsplash/Divulgação)

Aqui no Brasil, há alguns anos, a cidade de Rancho Queimado, em Santa Catarina, de pouco mais de 3 mil habitantes, inovou e foi premiada ao doar uma composteira com minhocas para cada família, com instruções de uso e acompanhamento técnico regular. Já em Ibiraçu (PR), Florianópolis (SC), Guaxupé (MG) e Palotina (RS), os governos locais estão apostando em pátios de compostagem.

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“É uma tendência mundial pensar em estratégias de compostagem em diferentes escalas. Os resíduos orgânicos geram metano quando degradados em lixões e aterros, algo bem diferente do processo de compostagem, que produz adubo que, por sua vez, sequestra carbono e inverte essa conta”, avalia Claudio Spínola, cofundador da Morada da Floresta, empresa especializada em ações, projetos e produtos que incentivam a compostagem doméstica.

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Para ele, o ideal seria que cada família fizesse a compostagem em casa mesmo. “Isso reduziria os impactos ambientais e também o dinheiro público gasto em toda a logística que envolve a coleta e transporte desses resíduos, seja para um aterro ou para uma estação de compostagem”, afirma. Detalhe: atualmente, apenas 0,4% dos resíduos orgânicos produzidos no Brasil são destinados à compostagem.

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(AmbreVEGA/Pixabay/Divulgação)

Soluções simples e práticas

Em cidades que já têm programas de compostagem, apenas é necessário separar os resíduos orgânicos em um recipiente e entregar à coleta feita pela prefeitura conforme as diretrizes de cada município. Já nos centros urbanos onde esse serviço ainda não é uma política pública, algumas alternativas podem ajudar:

 

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1- Adotar um minhocário: essa opção é indicada para casas pequenas, apartamentos, escritórios e até condomínios. Em geral, o conjunto é formado por três caixas plásticas empilhadas, sendo duas para receber resíduos orgânicos e uma, na parte mais baixa, para acomodar o chorume gerado no processo. É importante saber a média em quilogramas de resíduos produzidos, para escolher o tamanho mais adequado. Os fabricantes enviam o kit completo, com manual de uso detalhado;

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(MelGreenFR/Pixabay/Divulgação)

2- Montar uma composteira no quintal: Há diversos modelos e maneiras de fazer em casa. Confira algumas dicas na matéria Aprenda a fazer compostagem em casa;

 

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3- Sim, ter um galinheiro doméstico: para quem tem espaço, quintal e crianças em casa, essa é uma solução interessante e educativa. As galinhas se alimentam de restos de vegetais crus, como cascas, folhas e talos, reduzindo bastante o volume dos resíduos orgânicos da residência – e, de quebra, ainda adubam o solo, fornecem ovos e fazem um controle biológico de pragas como aranhas, escorpiões e até cobras pequenas. A internet está cheia de modelos de galinheiros domésticos criativos e muito divertidos;

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(Marius Karotkis/Unsplash/Divulgação)

4- Aderir a um plano de compostagem por assinatura: Algumas empresas oferecem serviço de retirada de resíduos orgânicos porta a porta ou em pontos de entrega voluntária, com planos mensais que variam de acordo com o volume e o local de entrega dos resíduos. Em Campinas (SP) e cidades próximas, a Guaráipu já transformou mais de 200 toneladas de biorresíduos em adubo desde que iniciou as atividades, em 2019. “Há quem comece a fazer em casa e, devido a algumas dificuldades, acabe preferindo aderir a um dos nossos planos. Mas também tem gente que começa com a compostagem por assinatura, aí se empolga ao perceber que o processo é simples e começa a fazer em casa por conta própria, o que é ótimo também”, comenta a engenheira ambiental e sanitária Luiza Corradini, idealizadora da empresa.

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Ponto de entrega voluntária de resíduos orgânicos da Guaráipu, em Campinas, SP. (Divulgação/Divulgação)

Benefícios da compostagem para você:

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