Bioarquitetura: 5 projetos conectados à natureza de Marko Brajovic
Arquiteto cria projetos que proporcionam conexão com a vegetação nativa a partir de materiais naturais e técnicas sustentáveis

A bioarquitetura emerge como uma abordagem inovadora que harmoniza o design arquitetônico com princípios ecológicos. Marko Brajovic é um grande expoente desse conceito, pois cria projetos que integram materiais naturais e técnicas sustentáveis, inspirado na harmonia ambiental. A prática de Brajovic envolve estratégias como a incorporação de vegetação nativa e a otimização de luz e ventilação naturais para promover o bem-estar e a sustentabilidade. Confira cinco projetos do arquiteto que coexistem em equilíbrio com a natureza e realçam a essência da bioarquitetura:
Casa ASHA





Devido ao uso de tábuas finas ao invés de fundações pesadas, o layout da Casa ASHA é flexível. Ela pode ser uma residência de dois quartos, um quarto e uma sala, um escritório e uma sala ou até uma sala de aula. O teto cobre as paredes até a altura de 1,5m, o que economiza material ao dispensar o uso de vidros nas laterais e fornecer uma proteção eficaz contra as intempéries. O projeto dessa casa é inspirado na arquitetura do povo Ashaninka, uma vez que não hierarquiza os espaços e as partes cobertas vazias podem ser aproveitados como locais de armazenamento, como as construções dos povos originários.
Casa dos Macacos








Em um terreno arborizado em Paraty, a Casa dos Macacos se inspira na verticalidade da floresta e em soluções de design já encontradas na natureza. A estrutura da residência é feita de elementos de madeira entrelaçados (todos do mesmo perfil), recobertos por pele de galvalume e isolamento termoacústico. Para não interferir na vegetação nativa, a casa foi instalada entre as árvores e ocupa uma área de apenas 5m x 6m, já de forma compacta possui 54 m² de área interna e outros 32 m² de área coberta. Ela é composta por cozinha, sala de banho e dois quartos que podem ser transformados em espaços habitacionais, além de dois terraços laterais que proporcionam ventilação cruzada e um amplo terraço multifuncional no último andar.
Casa Proa








O projeto da Casa Proa foi pensado através de um processo criativo inspirado em modulações triangulares em diferentes escalas e uma tipologia de casa na árvore. O 6x6x6 metros de volume triangular equilátero está localizado na Praia do Rosa, em Paraty. A arquitetura estrutura um espaço compacto, dividido em subtriângulos que geram um padrão visual harmonioso e proporcionando uma experiência integrada ao ambiente e aos acabamentos. O quarto principal fica no centro, a cozinha atrás, e em triângulos laterais se dispõem a entrada, e do outro lado, um banheiro. O terraço está na frente abrindo-se como uma proa para o mar e generosos bancos de 1m de largura envolvem os dois lados da casa.
Casa Agüé











A Casa Agüé tem leveza de uma pena que repousa sobre as pedras do terreno e se mistura às copas das árvores. Com uma arquitetura de tipologia horizontal e modular, sua construção está suspensa entre duas pedras maiores, que se divide entre decks abertos e módulos de programa fechado. Já a sua horizontalidade abre-se, com máxima amplitude, para a vista panorâmica e está erguida sobre pilares na altura da crista das árvores, favorecida pelo declive do terreno. A casa, de módulo triangular, tem eucalipto roliço tratado na estrutura, com pisos e fechamentos de mesma madeira. Os fechamentos leves são de bambu trançado, e as paredes, de terra local. Com exceção dos vidros e telhas termoacústicas, todos os materiais e a mão de obra vêm de um raio de 50 km, reduzindo emissões de carbono.
Casa Trikona











Com arquitetura baseada no sistema de repetição triangular, Marko Brajovic teve como inspiração para a Casa Trikona a posição de yoga chamada asana em pé. Em 120 m², a casa foi organizada em três pisos com utilização flexível. A construção é em eucalipto, piso e armários em pinus e ripas de bambu, telhado em painéis termoacústicos, pedra local para os muros de arrimo externos, acabamento das paredes internas e piso no térreo em terra cimento extraída no local. Ao conduzir o crescimento natural das plantas no entorno da casa, o arquiteto conseguiu garantir a experiência da residência estar imersa em seu contexto originário. A obra não usou máquinas a combustão fóssil, e a madeira veio de até 50 km do local, e a equipe, de até 2 km.