O empresário carioca procurava um imóvel amplo, onde suas duas filhas estudantes pudessem reunir os amigos, aproveitar os espaços ao ar livre e ter mais contato com a natureza, até que ele encontrou esta casa em um condomínio fechado, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio de Janeiro).
Originalmente, a área externa de 900 m² tinha um imenso gramado sem árvores e plantas, com uma piscina antiga e uma área gourmet pequena, o que levou o novo proprietário a encomendar um projeto de paisagismo completo à dupla Ana Veras e Bernardo Vieira, sócios na empresa Beleza Pura Lagos e Jardins, que representa a Gênesis Ecossistemas, no Rio de Janeiro.
Como a sala da casa já tinha paredes de vidro voltadas para a área externa, o cliente queria ter um jardim exuberante, colorido e perfumado, e a sensação de estar dentro dele, mesmo indoor. Além disso, ele pediu uma rede para repousar em contato com a natureza.
Já a filha mais nova de 8 anos pediu – de presente de Natal – um pequeno lago com carpas, que acabou sendo ampliado e se tornando a área mais valorizada da casa. A irmã mais velha solicitou uma quadra de areia para jogar vôlei e futevôlei, que são os esportes preferidos da família.
Ao final, o projeto de paisagismo foi inspirado nos jardins tropicais, repleto de espécies nativas de baixa manutenção, com direito a pomar, horta, redário, gramado, lago com praia de areia branca, pergolado construído do zero, chuveirão com deck, varanda coberta ambientada e quadra esportiva de areia.
“O objetivo principal foi transformar a área externa da casa em um oásis tropical particular, não só para contemplação e relaxamento como também para o uso da família no dia a dia”, resume a paisagista Ana Veras.
Ponto alto do projeto, o lago artificial foi executado em cerca de duas semanas, com o que há de mais moderno em sistemas de filtragem. “Contamos com filtragem mecânica, química, biológica, UV, Ozônio e biovegetal, onde cada elemento do filtro e do lago têm um papel importante no equilíbrio deste pequeno ecossistema, formado por rochas naturais, seixos de rio e areia especial, e habitado por peixes ornamentais e funcionais”, explica Bernardo.
“Enquanto os ‘alga eaters’ são responsáveis por controlar as algas nas pedras, as carpas têm a função de adornar e remexer a areia do fundo. Já os paulistinhas e guppies nadam na superfície”, acrescenta o paisagista. Foram usadas ninféias, que, além de embelezar a lâmina d’água com suas folhas e flores, ainda servem de abrigo para os peixes. Já nas margens, rotalas, inhame roxo, pontederia e xanadu fazem a transição para as plantas próximas que estão fora d’água.
O jardim foi projetado para atrair polinizadores, como borboletas, libélulas e pássaros, e priorizou plantas que necessitam de baixa manutenção e perdem poucas folhas para não impactar na filtragem do lago. Como o lago foi projetado para que os moradores pudessem mergulhar, foi necessário distribuir plantas aquáticas e pedras adequadamente e dimensionar bem o filtro.
Com altura média de 6 m, as três palmeiras rabo-de-raposa que delimitam o espaço do redário foram escolhidas e plantadas equidistantes, já considerando a função que teriam na área externa. As três redes foram produzidas com fios de garrafa PET num tom coral.
O pergolado e a varanda coberta foram ambientados com móveis, adornos, luminárias e tapetes de materiais naturais (como fibra, madeira e algodão). “Como o acesso ao quintal é limitado, nosso maior desafio neste projeto foi criar uma estratégia para a inclusão das grandes palmeiras do redário, assim como as pedras do lago, que foram carregadas à mão”, finaliza a paisagista Ana Veras.