Erros mais comuns no cuidado com plantas durante a primavera
Saiba como evitar os principais erros no cuidado com plantas na primavera e mantenha seu jardim saudável com dicas de especialistas

A primavera é sinônimo de flores, cores e vitalidade. É o momento em que a natureza desperta, os jardins se transformam e as plantas entram em seu período mais ativo de crescimento. No entanto, essa mesma fase exige atenção redobrada: os dias mais longos e o aumento da temperatura alteram as necessidades de água, luz e nutrientes. Pequenos equívocos de manejo podem comprometer o desenvolvimento das espécies e até causar danos irreversíveis.

De acordo com o paisagista Júlio Sousa, o primeiro passo é compreender que cada planta reage de maneira distinta às mudanças de clima e umidade.
“O erro mais frequente é generalizar os cuidados. Nem toda espécie precisa da mesma quantidade de água, luz ou adubo. Observar e conhecer o comportamento de cada uma é o segredo de um jardim saudável”, explica.
A seguir, reunimos as principais recomendações de especialistas para que você evite armadilhas comuns e aproveite o melhor da primavera no seu jardim.

Excesso de água: o erro mais recorrente
Durante a primavera, as temperaturas sobem, mas o solo ainda pode manter boa umidade devido às chuvas frequentes. O paisagista Júlio Sousa alerta que o erro mais comum é regar demais. “Muita gente acredita que quanto mais regar, melhor — e o resultado são raízes sufocadas e fungos indesejados.”

A recomendação é simples: antes de regar, teste a terra com o dedo. Se ainda estiver úmida, espere mais um pouco. Além disso, o engenheiro agrônomo Rafael Menezes, consultor em jardinagem urbana, acrescenta que é importante observar o tipo de vaso.
“Recipientes sem drenagem adequada acumulam água e causam apodrecimento radicular. Invista em vasos com furos e utilize pedriscos ou argila expandida no fundo.”
Adubação fora de hora e em excesso
A primavera é o momento ideal para reforçar os nutrientes do solo, já que as plantas entram em fase de crescimento ativo. No entanto, o excesso de fertilizante é um equívoco grave. “O adubo não é uma solução imediata — ele age aos poucos. Aplicar demais pode queimar as raízes e alterar o pH do solo”, explica o paisagista Júlio Sousa.

A bióloga e especialista em botânica Carolina Furtado recomenda o uso de adubos orgânicos e a repetição da adubação a cada 30 ou 40 dias, em pequenas doses.
“Compostagem, húmus de minhoca e farinha de osso são opções seguras e equilibradas”, diz. Outra dica importante é regar o solo após a aplicação, garantindo melhor absorção dos nutrientes.
Poda mal planejada e fora de época
Muitos acreditam que a primavera é a hora certa para podar todas as plantas, mas isso não é uma regra. A poda inadequada pode interromper o ciclo de floração ou comprometer o crescimento. “A poda deve ser leve e direcionada, removendo apenas folhas secas, galhos danificados ou partes que impedem a passagem de luz e ar”, orienta Júlio Sousa.

A agrônoma Luciana Prado, especialista em fisiologia vegetal, reforça que algumas espécies — como orquídeas e azaleias — precisam terminar o ciclo de florescimento antes de qualquer corte. “Interromper esse processo pode reduzir a floração seguinte e afetar a vitalidade da planta”, explica. Portanto, o ideal é conhecer o comportamento de cada espécie antes de intervir.
Ignorar as mudanças de luz e temperatura
Com o avanço da primavera, o sol muda de posição e a intensidade luminosa aumenta, o que influencia diretamente na saúde das plantas.
“Às vezes, apenas mudar um vaso de lugar já faz toda a diferença”, comenta Júlio Sousa. Plantas que ficavam bem em um canto sombreado no inverno podem precisar de mais luz agora — e o contrário também ocorre com espécies sensíveis ao calor intenso.

Segundo o paisagista Eduardo Barros, especializado em jardins tropicais, o segredo é observar os sinais. “Folhas amareladas podem indicar excesso de sol; caules finos e folhas pequenas, falta de luz. O equilíbrio vem com a observação diária e pequenos ajustes.”
Além disso, vale lembrar que o vento mais seco e quente pode acelerar a evaporação da água, exigindo regas mais frequentes em locais externos.
Falta de observação e rotina de cuidados
Mais do que corrigir erros pontuais, o essencial é criar o hábito da observação. “As plantas sempre nos mostram o que precisam — basta olhar com atenção”, afirma Júlio Sousa.
Pequenos detalhes, como folhas murchas, coloração alterada ou presença de pragas, funcionam como alertas.

A jardineira e influenciadora verde Marina Lobo, do perfil Verde em Casa, acrescenta que uma rotina leve e constante é mais eficaz do que grandes intervenções ocasionais.
“Não adianta cuidar intensamente por um dia e esquecer na semana seguinte. Cuidar de plantas é um exercício de constância e sensibilidade.”
Além disso, manter o ambiente limpo, livre de folhas mortas e com boa circulação de ar reduz o risco de fungos e insetos.

CASACOR Publisher é um agente criador de conteúdo exclusivo, desenvolvido pela equipe de Tecnologia da CASACOR a partir da base de conhecimento do casacor.com.br. Este texto foi editado por Yeska Coelho.