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Exposição revela acervo modernista coletado em viagem pelo interior de MG

Iniciativa da CASACOR MG, a Caravana Modernista foi de BH à Cataguases reunindo fatos históricos da produção modernista brasileira

Por Redação
Atualizado em 31 mar 2021, 15h26 - Publicado em 11 nov 2019, 18h05

Em 1924, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral decidiram esticar uma viagem começada no Rio de Janeiro até Minas Gerais, na intenção de assistir as celebrações da Semana Santa. O simples percurso pelo interior do país ganhou tanta importância que se tornou uma verdadeira expedição pela busca de uma identidade nacional.

Inspirada pelo episódio, que ficou conhecido como Viagem da Descoberta do Brasil, a CASACOR Minas Gerais empreendeu a Caravana Modernista, uma jornada que revisitou aspectos artístico-culturais do modernismo brasileiro. A ideia para a caravana também foi fermentada pela sede da última edição da mostra, o Palácio das Mangabeiras, que conta com projeto paisagístico de Burle Marx e sugestões arquitetônicas de Oscar Niemeyer.

O roteiro seguiu por quatro dias, partindo de Belo Horizonte e seguindo até Cataguases, cidade que deve seu crescimento industrial ao espírito modernista dominante nas relações e acontecimentos da região. Além de Cataguases, a expedição passou por Congonhas, cidade com um expressivo conjunto de riquezas barrocas e um significativo acervo de Aleijadinho exposto a céu aberto. Por fim, Barbacena, que abriga o belo conjunto arquitetônico da Estação Sericícola, antiga fábrica de seda restaurada em 1998.

O acervo

A Caravana Modernista nasceu com a intenção de viajar no tempo. Idealizada por Rafa Alves, se propõe a remontar o cenário modernista para além das Mangabeiras. Sua curiosidade foi despertada com uma antiga casa, projetada em 1941 na cidade de Cataguases, em que todo o projeto era assinado por Niemeyer e Burle Marx.

A descoberta revelou que “Niemeyer e Burle Marx já existiam como dupla desde o início da década de 1940”, conta Alves, antecedendo a construção do Palácio das Mangabeiras, que data de 1955.

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O projeto reuniu uma série de materiais históricos importantes, como os primeiros croquis de Joaquim Tenreiro como projetista autoral de mobiliário brasileiro. “Tenreiro foi o responsável pelo mobiliário da casa em Cataguases. Foi lá que ele começou a desenvolver os seus móveis, que hoje são valorizados em todo o mundo”.

Registros das obras de Niemeyer, fotografias da residência de Francisco Inácio Peixoto e a primeira câmera utilizada pelo cineasta Humberto Mauro estão entre os registros da Caravana Modernista, acervo disponível em uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte. Os arquivos poderão ser conferidos entre 13 de novembro e 16 de dezembro, com entrada gratuita.

Serviço:

Exposição “Caravana Modernista”

De 13 de novembro a 16 de dezembro

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Dias e Horários de visitação: de quarta à segunda, das 10h às 22h

Local: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Informações: https://culturabancodobrasil.com.br/portal/belo-horizonte

Entrada Gratuita

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