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1/10 Angela Mingas. Mingas possui uma formação acadêmica extensa, que passa pela arquitetura, pedagogia e antropologia, na Universidade Técnica de Lisboa. Nascida em Portugal, a arquiteta é especialista em Patrimônio Arquitetônico e Semiótica Urbana e já foi Secretária de Estado e do Ordenamento Territorial de Angola (2017-2018). Ela também fundou o Centro de Estudos e Investigação Científica de Artes, Arquitetura, Urbanismo e Design na Universidade Lusíada de Angola (CEICA-AAUD) e atualmente é professora da Universidade Lusíada de Angola. (Reprodução/CASACOR) 2/10 Allison Williams. Fundadora do escritório AGWms_studio, Williams se destaca pela interdisciplinaridade de seus trabalhos, os quais conectam arquitetura, tecnologia, cultura, sustentabilidade e, sobretudo, diálogo com as particularidades de cada obra. Com mais de três décadas de carreira, ela coleciona participações em palestras e eventos além de uma menção na lista "Mulheres Mais Influentes de 2014" pelo San Francisco Bussiness Time. Atualmente, também colabora como professora convidada na Universidade de Stanford. Alguns de seus projetos são Universidade Princess Nora Abdulrahman na Arábia Saudita, o Laboratório de Medição Científica no Centro de Pesquisa Langley da NASA e o Cultura Afro-Americana em Pittsburgh. Na foto, Allison e a Universidade Princess Nora Abdulrahman na Arábia Saudita. (Reprodução/CASACOR) 3/10 Yewande Omotoso. Yewande Omotoso é uma arquiteta e escritora nigeriana. Formou-se em arquitetura na Universidade da Cidade do Cabo mas continuou os estudos em escrita criativa. Seu romance Bom Boy foi premiado com Sul Africano Sunday Times Fiction Prize e o Prêmio Literário Sul Africano para Obra de Estreia. Hoje, vive na África do Sul e exerce ambas as profissões. (Reprodução/CASACOR) 4/10 Annette Fisher. A britânica Annette Fisher foi criada na Nigéria e formou-se na Universidade de Strathclyde, em Glasgow, Escócia em 1983. Com mais de três décadas de exercício da arquitetura, Fisher possui uma longa lista de projetos em diversos países, assinados pelo seu escritório, Fisher Associates (FA-Global), sediado em Chelsea. Ela foi a primeira mulher negra eleita como membro do Conselho RIBA (Instituto Real Britânico dos Arquitetos), em 1999, chegando a atuar como vice-presidente entre 2001 e 2001. Na foto, Annette Fisher e projeto de seu escritório, FA-Global. (Reprodução/CASACOR) 5/10 Georgia Louise Brown Harris (1918-1999). Harris foi a segunda mulher negra que recebeu a licença para exercer a arquitetura nos Estados Unidos. Ela nasceu nos Kansas e estudou em diversas instituições de prestígio como a Universidade de Washburn, Universidade do Kansas, além de aulas com seu colega Mies van der Rohe no Illinois Institute of Technology. Nos anos 1950, decidiu se mudar para o Brasil na esperança de encontrar um país em que suas possibilidades não fossem limitadas pela etnia ou gênero. Ainda que a democracia racial não se passasse de um mito, a arquiteta conseguiu realizar grandes projetos, superando, além do racismo, sua condição de estrangeira num período de extremo nacionalismo da Era Vargas. Dentre suas muitas obras, destacam-se as de arquitetura industrial, como: Ford Motors do Brasil, Kodak do Brasil e Siemens do Brasil. Na foto, Georgia e a Kodak Brasil. (Reprodução/CASACOR) 6/10 Linda Mvusi. Além de arquiteta, Mvusi também é uma atriz sul-africana. Ela se formou na década de 1980 na Universidade de Ciência e Tecnologia de Gana e, depois de atuar no filme “A World Apart” (1988), de Chris Menges, foi responsável por coordenar o projeto do Museu do Apartheid, em Joanesburgo, em 2001. Pelo filme, Mvusi foi a primeira mulher sul-africana a receber a Palma de Ouro em Canne, já como arquiteta, foi premiada pelo Instituto de Arquitetos da África do Sul. Atualmente, possui seu próprio escritório, Mvusi & Mvusi Architecture & Design. Na foto, Linda e o Museu do Apartheid. (Reprodução/CASACOR) 7/10 Enedina Marques (1913-1981). A trajetória de Enedina Alves de Marques é marcada pela superação de paradigmas. Ela foi a primeira engenheira do Paraná e foi a primeira engenheira negra do Brasil. Vinda de uma família simples, ela conseguiu ingressar na Universidade Federal do Paraná em 1940 e se formou em 1945. Como engenheira civil, trabalhou em repartições públicas como a Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas, a Secretaria de Educação e Cultura do Estado e o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Sua maior obra foi a Usina Capivari-Cachoeira, parte de um projeto de aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. A lenda diz que Marques, no trabalho, vestia um macacão com cinto, onde carregava uma arma para intimidar os homens que não a respeitassem. Na foto, Enedina e Usina Capivari-Cachoeira atualmente. (Reprodução/CASACOR) 8/10 Martha Cassell (1925-1968). Nascida em Baltimore, nos EUA, Cassel era filha de um arquiteto e de uma professora de escola pública. Ela e sua irmã, Alberta Jeannette Cassell, foram as duas primeiras arquitetas negras a receberem o diploma da Universidade de Cornell, no final da década de 1940. Seu conhecimento sobre o estilo gótico a levaram ao cargo de arquiteta chefe da obra de restauração da então Catedral de São Pedro e São Paulo, que se tornaria a Catedral Nacional de Washington. Na foto, Martha e a Catedral. (Reprodução/CASACOR) 9/10 Beverly Loraine Greene (1915-1957). Nascida em Chicago, Illinois, nos EUA, Greene foi a primeira mulher negra a conquistar o diploma de arquitetura e engenharia da Universidade de Illinois em Urbana–Champaign (UIUC) em 1936. Acredita-se também que ela foi a primeira mulher negra norte-americana a receber a licença para praticar a arquitetura, enfrentando paradigmas e preconceitos raciais e sexisitas. Greene era uma modernista e projetou a Stuyvesant Town e o Headquarters da UNESCO em Paris, junto do arquiteto Marcel Breuer. Na foto, Beverly e a sede da Unesco em Paris. (Reprodução/CASACOR) 10/10 Amaza Lee Meredith (1895-1984). Meredith nasceu na Virgínia, nos Estados Unidos e, apesar da segregação racial, formou-se com honras em Belas Artes em (1930) na Universidade de Columbia e desenvolveu seu mestrado na mesma instituição em 1934. Ela presidiu o Departamento de Artes da Universidade da Virgínia por mais de duas décadas e, embora nunca tenha recebido formação específica realizou trabalhos de arquitetura. O mais conhecido deles foi sua própria residência, a Azurest South, 1938, um exemplo de estilo internacional. Na foto, Amaza Lee e a casa Azurest South. (Reprodução/CASACOR)
Os trágicos acontecimentos recentes envolvendo as mortes de jovens negros, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, e os protestos que os sucederam, levantaram questões acerca da representatividade e do racismo em todas as esferas da sociedade. A arquitetura não se exclui do debate: dentre os grandes arquitetos laureados e louvados pelos livros de história, a maioria são homens e brancos.
Em uma pesquisa realizada online , no início de 2020, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) constatou numericamente tal racismo histórico. Do total de arquitetas e arquitetos ativos participantes do estudo, somente 4,33% se declararam negros e 13,81% pardos, em contraste com quase 80% de brancos. A desigualdade entre gênero também ficou clara, uma vez que os salários dos arquitetos brancos eram, em média, 13 vezes a maiores do que os das arquitetas negras.
Considerando o espírito de “accountability” (ou “tomada de responsabilidade”) do movimento Black Lives Matter , mas sobretudo prestando o mais que devido reconhecimento dessas mulheres pioneiras, confira uma lista celebrando arquitetas negras que fizeram e fazem história.
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Leia mais sobre o tema em:
Representatividade importa: conheça 31 arquitetas negras, via ArchDaily: https://bit.ly/331jVFx
Pioneering Women of American Architecture: https://bit.ly/3bh0fkw
Arquitetas Invisíveis: https://bit.ly/3lHgFrl