Cardim Arquitetura vence prêmio International Architecture Awards 2025
Escritório brasileiro foi reconhecido pelo International Architecture Awards com projeto de paisagismo sustentável em SP

O escritório brasileiro Cardim Arquitetura Paisagística foi reconhecido pelo International Architecture Awards 2025 na categoria “Planejamento Urbano/Arquitetura Paisagística”. A vitória veio graças ao projeto de paisagismo sustentável do Parque Global, que levou mais de 200 espécies nativas da Mata Atlântica ao empreendimento bilionário localizado na Marginal Pinheiros, em São Paulo.

“Esse reconhecimento é muito importante para a causa de um paisagismo sustentável que trabalha a restauração da maior biodiversidade do mundo – que é a brasileira! [Espero] que ele seja uma ferramenta de educação ambiental para os brasileiros valorizarem todo esse patrimônio natural herdado, e que a gente consiga trazer, ainda nesse século, uma harmonia possível onde todos ganham: humanos e natureza”, celebra Ricardo Cardim, sócio do escritório, em entrevista à CASACOR.

Vale mencionar que o International Architecture Awards 2025 é um dos maiores prêmios de arquitetura, inovação e sustentabilidade do mundo. Ao lado de Cardim, o suíço Enea Landscape Architecture também celebrou a vitória na categoria.
Sobre o Parque Global
O Parque Global é um empreendimento de R$ 18 bilhões na Marginal Pinheiros, com residenciais, hotel, hospital, universidade e parque. Para o paisagismo, a proposta do Cardim Arquitetura Paisagística consistiu em três pontos: restaurar a paisagem, conectar os fragmentos da Mata Atlântica ao redor e trazer o paisagismo o mais próximo possível do que era antes. “O projeto do parque global é singular porque a gente está falando do maior empreendimento imobiliário da América Latina. Foi um desafio enorme que permitiu também a gente chegar a estratégias – tanto de arquitetura externa e paisagística, quanto de espécies de plantio e ações restaurativas – que realmente geraram soluções completamente novas”, explica Cardim.

Foram trazidas mais de 200 espécies nativas do bioma para alcançar esses objetivos. Além disso, o projeto prevê a criação de um grande corredor ecológico de Mata Atlântica – unindo o Parque Alfredo Volpi ao Parque do Panambi. Dessa maneira, foi possível respeitar a biodiversidade ancestral e reforçar a resistência da cidade frente às mudanças climática – garantindo benefícios à regulação do clima, atração de fauna, aumento da umidade do ar e incremento da biodiversidade nativa.
“Um dos maiores desafios no Parque Global foi conseguir construir um paisagismo sustentável, que é algo muito diferente do que o mercado está acostumado, e os clientes não estranharem”, relembra em menção ao predomínio de plantas estrangeiras no país. “Foi um projeto que representou uma possibilidade de apresentar ao público o diferente e embasado em ciência e brasilidade. Então, é o que a gente sonha pra cidade do século XXI em um país de mega biodiversidade como o Brasil”, conclui o paisagista.