Frequentar bons restaurantes é um dos programas preferidos de quem aprecia conhecer novos sabores e culturas. Mas a experiência só fica completa com um ambiente alinhado ao conceito do lugar e que seja capaz de reproduzir uma atmosfera acolhedora. A seguir, confira uma seleção de projetos de restaurantes que encantam tanto quanto as criações dos chefs.
Manioca JK Iguatemi

Instalado no Piso Três do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, o Restaurante Manioca, da chef Helena Rizzo, chama a atenção pela arquitetura ímpar, inspirada em uma grande estufa, com muita luminosidade e repleta de plantas. Responsável pelo charme do lugar, a estrutura de ferro cria conexão entre o interior e o exterior. A arquitetura e o paisagismo têm como principal característica o uso de materiais sustentáveis e o reuso de recursos, a exemplo dos caixilhos de ferro que foram reaproveitados de um galpão industrial na Barra Funda. Além disso, o revestimento do bar é de taipa de pilão, as madeiras são de demolição ou certificadas, as mesas são de granilite feito com cascas de ostras e os postes de luz e luminárias são de reuso. “Hoje em dia, o design leva em conta o processo, de onde veio e para onde vai”, justifica Vitor Penha, do Belezas Imperfeitas, que assina o projeto arquitetônico. “Entendemos o projeto como uma célula regenerativa, que sempre tem uma função de fazer um degradê com o entorno”, conclui.
Camélia Òdòdó

O restaurante Camélia Òdòdó da chef Bela Gil, em São Paulo, tem uma atmosfera aconchegante e foi pensado a partir de ações sustentáveis. No projeto criado pelo escritório Vitrô Arquitetura em parceria com Ana Guedelha, evitou-se grandes reformas estruturais e parte dos resíduos gerados na demolição foram reutilizados no deck externo, no banco na calçada e no mobiliário interno. A escolha de materiais e cores partiu dos elementos já existentes no imóvel, a exemplo do piso e forro de madeira, paredes de tijolo de barro e o concreto aparente. A paleta de tons terrosos em conjunto com a madeira e o paisagismo contribuem para uma sensação de conforto e da harmonia com o natureza.
Aiô Restaurante

Pautado pelas raízes e memórias de Taiwan, o restaurante Aiô, em São Paulo, tem um projeto arquitetônico, criado pelo escritório Pianca Arquitetura, baseado em três elementos: uma nova cobertura e forro, um balcão para bar e confeitaria e uma nova fachada. A cobertura tipo zetaflex foi escolhida para caracterizar um ambiente mais regular e delicado, acompanhado de um forro feito com peças azuis. Tirando proveito da diferença de cota da frente do imóvel, o bar foi configurado em rebaixo. E a fachada ganhou um caixilho de metal bicolor associado a um banco para espera. Quanto aos materiais, os arquitetos misturaram elementos ordinários a outros sofisticados. O balcão do bar, por exemplo, é feito de granito café-imperial escovado e o forro foi confeccionado com peças de roda-teto de mercado em um arranjo incomum. Destaque no projeto, o caixilho exibe duas cores e três tipos de texturas de vidro: martelado, liso e pontilhado.
Restaurante Elena

Projetado pelo escritório Bernardes Arquitetura, o restaurante Elena fica em frente ao Parque do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O espaço foi instalado em uma casa antiga que faz parte do conjunto Chácara do Algodão. Por isso, o projeto procurou valorizar a fachada histórica, recuperar as características originais e criar uma arquitetura neutra. O paisagismo também desempenha um papel importante para integrar a nova construção ao bairro. Além disso, a seleção dos materiais foi pensada para valorizar o verde e o clima de descontração, característicos do bairro, com destaque para o piso de madeira, a vegetação pendente e as paredes antigas descascadas.
La Boulangerie 306 Sul

Com projeto assinado pelo escritório Bloco Arquitetos, a padaria La Boulangerie 306 Sul, em Brasília, está localizada em uma loja de esquina. A proposta aproveita a varanda coberta pública como salão de mesas, criando uma experiência semelhante às tradicionais mesas na calçada de cidades grandes. O espaço interno abriga as cozinhas, banheiros, brinquedoteca, sala de eventos e a vitrine. A fachada foi revestida com uma camada de concreto moldado in loco, fixada às paredes de fundo. A textura resultante desse processo artesanal remete à própria produção artesanal da padaria. Na área interna, predominam dois materiais: a madeira natural nas portas, esquadrias e mobiliário, e o concreto aparente, presente no piso e no acabamento das fachadas.
Padaria Martoca

O projeto da Padaria Martoca, em São Paulo, criou um espaço que reflete o caráter artesanal do lugar e pode ser definido por três elementos de concreto moldados in loco: balcão, banco e prateleiras, que receberam o mesmo revestimento do piso, o cimento polimérico pigmentado. A partir desse material, a paleta de cor foi definida. No piso, houve a aplicação de ladrilhos hidráulicos salpicados. O balcão é o principal elemento e atravessa o espaço de ponta a ponta. O projeto leva a assinatura do escritório AIA Estúdio em parceria com Raphael Tepedino.
Cozinha São Pedro

O projeto do restaurante Cozinha São Pedro, criado pelo escritório Vaga Arquitetura, transformou um antigo galpão, localizado no interior do FAMA Museu, em Itu (SP), em um restaurante que dialoga com diferentes épocas por meio de uma intervenção sutil. Muitas das características originais do espaço foram preservadas, como as paredes de tijolos de barro aparentes. E, como essa foi uma questão importante durante a reforma, os arquitetos trabalharam em conjunto com a equipe de restauro do museu para identificar e recuperar elementos históricos, enaltecendo a arquitetura que já havia ali.
Cuscuz da Irina

Da chef Irina Cordeira, o restaurante Cuscuz da Irina, em São Paulo, surgiu para compartilhar a culinária e a potência criativa do nordeste. E o projeto de arquitetura, criado pelo escritório Sertão Arquitetos, seguiu esse conceito. Para isso, os arquitetos preservaram elementos originais do imóvel, que remetem à memória afetiva da casa de vó. “O portão com gradil metálico, as janelas de madeira e o telhado de duas águas eram características que iam de encontro à atmosfera do restaurante” resumem Julio e Raquel, arquitetos e sócios. Para a antiga garagem foi proposta uma transformação em varanda, incluindo bancos comunitários e um piso de seixos polidos que lembra a areia da praia. As paredes ganharam uma intervenção de cobogós para organizar a entrada, janelinha de pedidos e infraestrutura elétrica e de gás. A vegetação alta e tropical terminou de compor a varanda típica da casa brasileira.
J.A.P.A

Localizado em Caraíva, no sul da Bahia, o restaurante J.A.P.A. é fruto da parceria entre os arquitetos Daniel Fromer e Kika Camasmie. Neste projeto, a dupla trouxe à tona a união de duas culturas: o minimalismo japonês e a informalidade acolhedora da Bahia. Em um terreno de 300 m², dentro do condomínio Outeiro das Brisas, o restaurante é rodeado pelas árvores locais e a arquitetura se integra de maneira harmoniosa ao ambiente natural. A dupla explorou ao máximo o uso de materiais naturais, com destaque para a madeira ebanizada, que traz elegância e durabilidade, além de ser um elemento essencial na construção e no mobiliário.
Restaurante Alameda

O restaurante Alameda, localizado dentro do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, tem projeto de arquitetura assinado pelos escritórios Biselli Katchborian Arquitetos e Zanatta Figueiredo Arquitetos Associados. A proposta teve como objetivo valorizar a integração da construção com o rico e abundante patrimônio paisagístico encontrado ali. O desenho parte de grid estrutural modular em um espaço com vasta vegetação adulta com um programa em que a área de salão e atendimento está em harmonia com as árvores ao redor e inseridas na própria construção.
deBetti Ibirapuera

O escritório Superlimão assina a arquitetura do deBetti Ibirapuera — restaurante e mercado especializado em carnes maturadas —, em São Paulo. Vizinho ao Parque Ibirapuera, o lugar foi inspirados nas árvores e na amplitude da área verde ao redor. Por isso, a vista para o parque direcionou o projeto para que o espaço fosse agradável tanto para longos encontros ao redor das mesas quanto para compras rápidas. Arcos tubulares metálicos permitiram vencer grandes vãos e trouxeram leveza. Uma curiosidade é que estes arcos remetem aos galhos das árvores da região e suas copas são formadas por placas solares que geram energia para o restaurante e criam espaços sombreados no deck externo. “Abaixo das placas, plantas trepadeiras tomam conta das estruturas, o que melhora a proteção, umidifica a área e cria um microclima agradável, sem gasto de energia”, conta Lula Gouveia, sócio e arquiteto do Superlimão.
Restaurante Osso

Com capacidade para 250 pessoas, o restaurante Osso, em Belo Horizonte, tem assinatura do arquiteto Gustavo Penna. O projeto mescla elementos contemporâneos e rústicos, fazendo uso do ferro, vidro, couro e aramados. A parrilla, emoldurada por um pano de vidro, é o espaço principal e ditou o conceito para todos os elementos que compõem o lugar.
Flairs Coquetelaria

A Flairs Coquetelaria, localizada em Ribeirão Preto, é um espaço onde a arquitetura contemporânea se entrelaça com a natureza. Banhado por luz natural, o projeto, criado por Nati Minas e Gabriela Mestriner, equilibra amplitude e intimismo, criando uma atmosfera acolhedora. O concreto aparente, moldado em formas orgânicas, dialoga com a paisagem ao redor, conferindo identidade e fluidez ao ambiente.