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A divertida e curiosa história do Polochon, de Lina Bo Bardi

O simpático porquinho foi utilizado por Lina Bo Bardi na cenografia da peça Ubu Rei, há 30 anos!

Por Ana Carolina Harada
28 dez 2020, 08h00
Desenho do Polochon feito por Lina. Abaixo escrito "Polochon porco de duas cabeças"
(Reprodução/CASACOR)

Ao estudar a obra de Lina Bo Bardi e atestar seu impacto e importância na arquitetura internacional, talvez a imagem que apareça na cabeça dos leitores seja de uma intelectual sisuda e acadêmica. Do contrário, Lina era dotada de uma personalidade forte e cativante, bem como um senso de humor peculiar. Um dos exemplos disso é o porquinho Polochon.

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Polochon original na Casa de Vidro. Janela ao fundo e uma cadeira de madeira ao ladoira
(Reprodução/CASACOR)

Com duas “cabeças”, esse simpático mascote (também chamado porco-travesseiro) foi criado pelo autor e dramaturgo Alfred Jarry em 1885. Cem anos mais tarde, Lina deu vida ao personagem como parte da cenografia da peça Ubu-rei, exibida no Teatro Ornitorrinco, em São Paulo.

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Cena da peça Ubu Rei. Homem com maquiagem cênica veste um macacão com enchimento com uma espiral estampada
(Reprodução/CASACOR)

Nela, o protagonista é um monarca demagogo, sanguinário, glutão e velho. Da narrativa simbólica e surrealista, surge o pesadelo degenerado e surrealista Polochon, feito com madeira e poliestireno.

Polochon original na Casa de Vidro. Estante com livros ao fundo
(Alex Alcantara/CASACOR)

Lina mantinha algumas versões desse “pet” curioso em sua própria casa no bairro do Morumbi – a qual é um marco do modernismo na arquitetura. Um exemplar grande ficava na sala, enquanto “filhotes” descansavam nas mesas junto das demais peças de arte, que incluíam estatuas religiosas, porcelanas e até uma zebra de madeira.

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Ilustração em papel feita por Lina. Polochon ao centro na frente de uma audiência
(Reprodução/CASACOR)

Para celebrar seus 35 anos, a Galeria Carbono criou uma edição de Polochons com dimensões de: 20,3 x 22,7 x 40 cm. Eles foram feitos a partir de escaneamentos 3D da peça original. 

Animação que mostra a edição criada pela Galeria Carbono em vários ângulos
(Rpeordução/CASACOR)

“Escolhemos o Polochon, figura palindrômica e divertida, feio e lindo ao mesmo tempo, pela curiosidade que ele desperta. Sua criação e trajetória envolvem histórias animadas: dos primeiros desenhos de Lina à presença no cenário da peça, as passagens por exposições internacionais e o lugar de honra na Casa de Vidro.” afirmou Sol Camacho, Diretora artística do Instituto Bardi.

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