A divertida e curiosa história do Polochon, de Lina Bo Bardi
O simpático porquinho foi utilizado por Lina Bo Bardi na cenografia da peça Ubu Rei, há 30 anos!
Ao estudar a obra de Lina Bo Bardi e atestar seu impacto e importância na arquitetura internacional, talvez a imagem que apareça na cabeça dos leitores seja de uma intelectual sisuda e acadêmica. Do contrário, Lina era dotada de uma personalidade forte e cativante, bem como um senso de humor peculiar. Um dos exemplos disso é o porquinho Polochon.
Com duas “cabeças”, esse simpático mascote (também chamado porco-travesseiro) foi criado pelo autor e dramaturgo Alfred Jarry em 1885. Cem anos mais tarde, Lina deu vida ao personagem como parte da cenografia da peça Ubu-rei, exibida no Teatro Ornitorrinco, em São Paulo.
Nela, o protagonista é um monarca demagogo, sanguinário, glutão e velho. Da narrativa simbólica e surrealista, surge o pesadelo degenerado e surrealista Polochon, feito com madeira e poliestireno.
Lina mantinha algumas versões desse “pet” curioso em sua própria casa no bairro do Morumbi – a qual é um marco do modernismo na arquitetura. Um exemplar grande ficava na sala, enquanto “filhotes” descansavam nas mesas junto das demais peças de arte, que incluíam estatuas religiosas, porcelanas e até uma zebra de madeira.
Para celebrar seus 35 anos, a Galeria Carbono criou uma edição de Polochons com dimensões de: 20,3 x 22,7 x 40 cm. Eles foram feitos a partir de escaneamentos 3D da peça original.
“Escolhemos o Polochon, figura palindrômica e divertida, feio e lindo ao mesmo tempo, pela curiosidade que ele desperta. Sua criação e trajetória envolvem histórias animadas: dos primeiros desenhos de Lina à presença no cenário da peça, as passagens por exposições internacionais e o lugar de honra na Casa de Vidro.” afirmou Sol Camacho, Diretora artística do Instituto Bardi.