Mobiliário modernista e arte brasileira marcam este apartamento no Jardins
Assinado por Klaus Schmidt, em parceria com a arquiteta Daniela Garcia, o projeto apresenta décor irreverente e abundância de arte e design nacional
A coleção de mobiliário modernista e arte brasileira estabeleceu o ponto de partida para o projeto deste apartamento de 220 m² no bairro Jardins, em São Paulo, assinado por Klaus Schmidt, à frente da KAS ARQ, em parceria com a arquiteta Daniela Garcia.
Trata-se de um ambiente elegante, com atmosfera jovem, dedicado à vivência e à contemplação de arte. Apaixonados por manifestações artísticas e culturais, o jovem casal traz diversas referências para dentro de casa, que resultam numa decoração criativa e nada óbvia.
“Bastante antigo, o apartamento passou por uma reforma completa, que incluiu algumas adequações de layout”, conta Daniela, que explicou que um dos quartos foi ampliado e convertido em closet e que a rouparia surgiu a partir da simplificação do hall íntimo, que era sinuoso e demasiadamente amplo.
Na área social, privilegiaram a amplitude do espaço ao integrar sala de jantar, sala de TV e living – uma configuração confortável para reunir os amigos.
O living tem paredes texturizadas na cor branca, versáteis para exposição das obras. O branco serve como pano de fundo para as obras de arte, conferindo a elas o protagonismo necessário.
Com o intuito de reforçar o estilo anos 60 que o casal buscava, adotou-se um piso em madeira cumaru com paginação espinha de peixe, comumente encontrado nos antigos apartamentos daquele período.
Acerca dos móveis, foi realizada uma extensa pesquisa dos anos 50 e 60 e “fomos muito felizes em encontrar verdadeiras joias. Um carinho especial pelo par de poltronas Tripé da Lina Bo Bardi, garimpadas na galeria Apartamento 61”, comemora Schmidt.
Joaquim Tenreiro, Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Percival Lafer, entre outros, compõem o mobiliário da residência.
Um capítulo à parte, as obras de arte merecem atenção especial. O trabalho da série “Eu Mestiço, 2017” de Jonathas de Andrade, que representou o Brasil na Bienal de Veneza de 2022, é o ponto focal da sala de estar.
As figuras, dispostas sobre o sofá de Jorge Zalszupin, e o jogo de palavras que avança até a sala de TV, chamam a atenção dos visitantes. Também na área de estar, “O Vestido, 2018” de Leda Catunda, produzido para a Bienal de São Paulo de 2018 e exposto no Museu Malba de Buenos Aires, se destaca entre as grandes janelas arqueadas.
No quarto principal, encontramos algumas preciosidades. Sobre a cabeceira, uma linda coleção de telas da mineira Maria Lira Marques, que parece encomendada para o projeto, tamanha sintonia com a decoração.
Em menor quantidade, mas igualmente ‘sumisura’ para o local, estão os três trabalhos de Paulo Monteiro, que compõem o visual sobre a cabeceira do cômodo de hóspedes.