Um livro é capaz de transportar pessoas para diferentes lugares, épocas e até mesmo realidades alternativas. A literatura de ficção, uma das mais populares atualmente, pode até narrar feitos e histórias que não aconteceram de verdade, mas, os sentimentos que transmitem são reais.
Para quem é apaixonado por arquitetura e decoração, a palavra “lar” carrega um peso simbólico especial: mais do que um espaço físico, ela traduz memórias, afetos e histórias. Não à toa, muitas obras da ficção transformam as casas em protagonistas silenciosas — quase personagens que moldam o rumo da narrativa.
A seguir, reunimos quatro livros em que a arquitetura vai além do cenário e se torna parte fundamental da trama.
Casas Estranhas – Uketsu

Um mistério que vai prender a atenção do começo ao fim, Casas Estranhas é o livro perfeito para quem ama arquitetura com uma dose de suspense macabro. O livro conta a história de uma residência que chama a atenção de um escritor estudioso de ocultismo por um “cômodo extra” misterioso. O livro possui imagens das plantas baixas da casa e revela muito sobre os mistérios acerca dos proprietários.
A Casa dos Espíritos – Isabel Allende

Neste romance latino-americano consagrado, a casa da família Trueba não é apenas cenário: ela cresce, muda, se transforma junto com as gerações que ali habitam. O espaço é testemunha de alegrias, tragédias, amores e revoluções. Ao acompanhar a história, percebemos como uma casa pode condensar memórias coletivas e familiares. Para quem ama arquitetura, é uma leitura rica em camadas, que revela o poder simbólico de um lar como guardião de identidades.
Não Fossem as Sílabas do Sábado – Mariana Salomão

Depois da morte repentina de André, seu marido, Ana vê sua vida marcada pelo luto. O apartamento em que viveram juntos passa a ser um espaço carregado de lembranças, tornando-se presença constante em sua jornada de reconstrução. Mais do que cenário, a casa representa a ligação entre memória, afeto e dor. Um livro sensível que destaca como objetos, móveis e ambientes carregam significados profundos — e como a decoração pode ser, também, uma forma de elaborar sentimentos.
A Casa Soturna, de Charles Dickens

Publicado no século XIX, esse clássico da literatura inglesa mostra como a arquitetura pode ser uma metáfora poderosa. O casarão descrito por Dickens é pesado, sombrio, quase sufocante, e reflete os conflitos sociais e pessoais que permeiam a obra. Mais do que uma residência, a casa funciona como um organismo vivo, que influencia o destino dos personagens. Para arquitetos e entusiastas, é uma chance de observar como construções podem transmitir atmosferas e estados de espírito.