A partir de 12 de abril, a exposição Trilhos e Traços – Poty 100 anos, estará disponível para o público no Museu Oscar Niemeyer (MON). Pensada para comemorar o centenário do desenhista, gravurista e muralista brasileiro, a mostra reúne aproximadamente 500 obras — um recorte da doação de 4 mil peças realizada pela família do artista ao Museu — e possui curadoria de Maria José Justino e Fabricio Vaz Nunes.
Segundo os curadores, além de destacar a importância de sua obra no cenário paranaense, a exposição procura extrapolar as fronteiras regionais e apresentar Poty em sua dimensão universal. “Na sua atividade artística incessante e obstinada, recriou, em imagens, o universo criativo da literatura; em seus murais, plasmou a grande aventura da história universal”, afirmam.
Na mostra, as obras foram organizadas em torno de nove núcleos temáticos presentes na trajetória artística de Poty, representativos das suas diferentes facetas: o Narrador, o Trabalho, o Xingu, o Sagrado, a Guerra, o Cotidiano, o Viajante, o Muralista e o Retratista. “Mas Poty, o piá do Capanema que amava o cinema e as histórias em quadrinhos, é ainda mais que tudo isso”, dizem os curadores.
Sobre o artista
Na literatura brasileira, Poty ilustrou obras destacadas, como Os sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e deu vida aos curitibanos controversos retratados nos contos de Dalton Trevisan.
Mas com seus monumentos ou painéis de azulejo e de concreto aparente, presentes em toda Curitiba, o artista também deixou sua marca no urbanismo. Nos painéis da travessa Nestor de Castro, Poty mostra, de um lado, a cena de uma Curitiba que já não existe, e do outro, a evolução da cidade, surgida em meio ao pinheiral, habitada por imigrantes.
Acervo MON
Em 29 de março de 2022, dia do aniversário de Curitiba – e coincidentemente, data de nascimento do artista Poty Lazzarotto – o MON recebeu a maior coleção já doada à instituição: aproximadamente 4,5 mil peças que constituem um verdadeiro material etnográfico sobre o artista. Tal coleção conta com mais de 3 mil desenhos e 366 gravuras, além de tapeçarias, entalhes, serigrafias e esculturas, entre outros. A doação foi feita diretamente pelo irmão do artista, João Lazzarotto.
Um recorte dessa vasta coleção de Poty poderá ser visto nessa exposição. O eixo central do prédio do Museu se transformará em palco para as maiores coleções recebidas pelo MON, ao lado das mostras de arte asiática e africana.
“Poty, em seu centenário, segue atual, incomparável, e essa nova exposição reforça a importância do artista para a identidade cultural paranaense. Tenho certeza de que a mostra no Museu Oscar Niemeyer introduzirá seu trabalho singular para milhares de pessoas e também para as novas gerações”, afirma Luciana Casagrande Pereira, secretária de estado da Cultura do Paraná.