Há mais de nove décadas, um espaço que ocupa três ruas e uma avenida do centro de Belo Horizonte (BH) foi construído pela prefeitura para impulsionar o comércio da cidade. Existente desde 1929, esse lugar é o Mercado Central — como escrito na fachada da entrada principal, na Avenida Augusto de Lima —, que recebe mais de 1,2 milhões de visitantes por mês e já foi consagrado como o terceiro melhor mercado do mundo.
Nas calçadas ao redor do mercado, passam pessoas por todo o lado. Essa densidade é ainda maior nos mais de 400 estabelecimentos presentes no local, que apresentam uma variedade imensa de finalidades — e, assim, mostram que o projeto do órgão municipal da cidade foi muito bem sucedido.
Ao adentrar nesse gigantesco mar gastronômico, cultural e turístico que é o Mercado Central de Belo Horizonte, é comum se perder na numerosidade de elementos ou não saber quais os lugares que merecem ser priorizados diante de tantas oportunidades de experiências. A seguir, confira o tour feito pela repórter mineira do editorial de CASACOR — que aqui vos fala — passando por 8 indispensáveis lugares para conhecer em uma visita ao ponto turístico mais cobiçado da capital!
1. Comercial Sabiá
Em qualquer canto de BH, é possível comer um bom e tradicional pão de queijo. No Comercial Sabiá, porém, você encontra um dos exemplares de pão de queijo mais requisitados da cidade: o pão de queijo recheado. Pode ser recheado com queijo e pernil, com queijo e goiabada, ou queijo e doce de leite e queijo.
Lá é à moda antiga e sem cerimônia. Os pães de queijo são assados na hora e chegam quentinhos até o prato dos clientes, que costumam comer em cima da bancada. Ah, e o pagamento? Apenas em dinheiro!
2. Fazenda Mineira
Para mergulhar na perdição que são os doces mineiros, a Fazenda Mineira é o lugar certo. A vitrine apresenta baldes enormes com várias opções cremosas de doces típicos do estado, como o clássico Romeu e Julieta e vários tipos diferentes de doce de leite.
O cliente pode escolher a quantidade que for e comprar com base no quilo, mas para os que desejam apenas degustar, há opções menores: a fatia de doce de leite com queijo canastra por R$ 9, o Romeu e Julieta por R$ 9, ou copinho com o doce da sua preferência por R$3,50.
3. Botiquin do Antônio e Bar da Tia
Bife de fígado acebolado com jiló: se você pedir para qualquer pessoa de Minas Gerais citar as melhores comidas do Mercado Central, esse prato definitivamente vai aparecer nas respostas. Tanto o Botiquin do Antônio quanto o Bar da Tia, que ficam um de frente para o outro, são referências no fígado com jiló.
A trajetória dos dois botecos no mercado é antiga. O Botiquin do Antônio existe desde 1963 e recebe o título de primeira cervejaria artesanal de Minas Gerais. Já o Bar da Tia nasceu em 1980 e foi o primeiro lugar a servir fígado com jiló no Mercado Central. No corredor que separa os dois estabelecimentos, o que predomina é o clima de boemia acompanhado da boa gastronomia — ou seja, a essência da capital mineira.
4. Café Dois Irmãos
Para aqueles que pretendem chegar cedo no mercado, a dica é começar o seu passeio com um cafézinho. Nesse caso, o Café Dois Irmãos não vai te decepcionar. Nesse lugar — que faz aniversário de 50 anos em 2024 — o café vem bem fresco e ainda pode ser acompanhado da consagrada broa de queijo.
5. Padaria Du Pain
Até croissant e pães de fermentação natural feitos na hora — e ao vivo — o Mercado Central pode te proporcionar. A responsável por essa experiência é a padaria artesanal Du Pain, que criou um espaço com de inspiração francesa dentro do mercado.
O lugar, porém, mostra que não deixa a mineiridade de lado, com o seu super requisitado bolo de milho – que fica melhor ainda com um café.
6. Casa Cheia
O nome realmente não mente: no casa cheia, a casa está sempre cheia. O restaurante é um ponto gastronômico extremamente tradicional da cidade, com um cardápio protagonizado por um dos mais conceituados pratos de feijão tropeiro, além de outros sabores tradicionalíssimos de Minas Gerais. Mas é bom lembrar: quando for conhecer, é importante reservar um tempo do seu tour para a espera na fila.
7. Ronaldo Queijos & Cachaças
Queijo é o que não falta no Mercado Central. Ao debruçar o olhar sobre qualquer canto do mercado, já é possível avistar algum empório: um deles é o Ronaldo Queijos & Cachaças. O estabelecimento oferece queijos mineiros de todos os tipos e de diversos lugares de Minas — e ainda com um custo benefício melhor em comparação aos supermercados.
8. Ponto da Empada
Lembram do fígado com jiló? O Ponto da Empada se inspirou nesse prato e oferece algo que se tornou tão tradicional quanto: a empada de jiló acompanhada de carne e bacon. Como na maioria dos estabelecimentos de comida do Mercado Central, lá as empadas são feitas na hora e, inclusive, você consegue ver de perto a sua confecção.
Além do clássico recheio de jiló, são ofertados muitos outros sabores do salgado. O Ponto da Empada é especial por manter viva uma tradição belo-horizontina existente desde a década de 1920: as empadas. Elas eram a espécie de tira-gosto que acompanhava os acalorados debates de nomes da literatura, como Carlos Drummond de Andrade e Fernando Sabino.
O escritor mineiro Pedro Nava, inclusive, reservou parte da sua literatura para descrever as empadas do antigo bar Trianon, localizado no centro de Belo Horizonte: “As mais suntuosas empadinhas que já comi no mundo. Eram pulverulentas apesar de gordurosas, tostadas na tampa, moles do seu recheio farto. Desfaziam-se na boca. Difundiam-se no sangue.”