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Recorde de público na Pinacoteca reforça necessidade de mais segurança

O ano de 2023 foi marcado pela alta de criminalidade no Centro de São Paulo

Por Yeska Coelho
18 jan 2024, 15h00

Entre janeiro e dezembro de 2023, a Pinacoteca recebeu 880 mil visitantes – um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Mesmo com o impulso da inauguração do novo prédio, a Pina Contemporânea, o número surpreende e vai na contramão de um movimento de “abandono” do Centro de São Paulo.

Uma das razões para que o público paulistano e os turistas não deixem de ter a Pinacoteca como uma opção de lazer está relacionada com sua localização privilegiada, a poucos metros da Estação da Luz – e ao lado oposto de onde ficava a chamada “Cracolândia” (ao lado da Sala São Paulo).

Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP), o índice de roubos no Centro de SP nos primeiros sete meses de 2023 bateram recorde dos últimos 22 anos. Em média, um roubo é registrado a cada 30 minutos na região.

Segurança e fomento cultural

 

“Marta Minujín: Ao vivo”
‘Escultura de los deseos’ [Escultura dos desejos] (2022) / (Levi Fanan, Sofia Ungar/CASACOR)
Em dezembro, o governador Tarcísio mandou reforço policial para a região e também para as Avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima e para alguns pontos dos Jardins. Ele também afirmou que o estado pretende investir R$ 250 milhões em monitoramento.

Em nota, a Pinacoteca afirma que 78% do total de visitantes usufruíram da política de gratuidade do museu e grandes exposições como Marta Minujín, Sonia Gomes, Cao Fei, Antonio Obá e Alex Cerveny, entre outros foram fundamentais para o crescimento do número no ano passado.

“A concentração de comércio e espaços culturais é muito valiosa, mas a elevada taxa de criminalidade representa uma barreira significativa para a atratividade e a vitalidade da região”, afirmam os arquitetos e urbanistas Erick Tonin e Celso Grion, à frente do escritório Effect Arquitetura.

Restauração da Catedral de Notre-Dame - Paris
(Imagem via Shutterstock de Jacky D/CASACOR)

Os especialistas explicam que o problema que o Centro enfrenta precisa de uma abordagem integrada entre poder público, urbanistas e investimento na infraestrutura da cidade.

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Melhorar a infraestrutura urbana, investir em iluminação pública eficiente, promover espaços de convivência e criar alternativas de moradia requalificadas são algumas das alternativas citadas pelos urbanistas.

“Além disso, é necessário implementar políticas de inclusão social, educacional e econômica, visando reduzir as desigualdades que muitas vezes favorecem a criminalidade”, explicam.

Outro ponto que merece questão é a habitação no Centro da cidade. Existem muitos imóveis desocupados, que poderiam servir como moradia. Segundo o Censo de 2022, feito pelo IBGE, a capital conta com mais de 588 mil imóveis vazios.

Como resgatar a confiança?

 

Catedral da Sé
(Divulgação/CASACOR)

Após uma série de políticas públicas, o Centro voltou a ter uma melhora nos índices de segurança no final do ano – especialmente em relação a roubos e furtos.

Farol Santander antigo Banespa reformado em 2018
(Leo Martins/CASACOR)

Em nota, a SSP afirma que “entre abril e novembro de 2023, os índices de furtos registraram uma queda de 7,2%, enquanto os roubos diminuíram em 16,4% em comparação com os mesmos meses de 2022. Ocorreram a prisão ou apreensão de 5.983 infratores, representando um aumento de 26,8% em relação ao ano anterior”.

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“A criação de uma sensação de segurança na cidade é essencial para atrair e manter a presença de pessoas de todas as faixas etárias, e deve considerar tanto aspectos físicos quanto sociais do ambiente urbano”, afirmam os urbanistas.

Comerciantes começam a ficar otimistas e tentam retornar a confiabilidade de seus clientes. Muitos desses comércios na região decidiram fechar mais cedo em 2023, e hoje conseguem ver no horizonte a possibilidade de voltar ao horário normal.

Museu de Arte de Rua São Paulo SP
(Reprodução/CASACOR)

Outros elementos como câmeras de vigilância e postes de emergência são elementos que os urbanistas acreditam que podem ser incorporados ao design urbano – desde que não criem uma atmosfera opressiva, e sim transmitam a sensação de cuidado e proteção.

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A criação de um ambiente urbano que encoraje a interação entre moradores e visitantes, promovendo uma constante circulação de pessoas, fortalece essa eficácia na promoção da segurança e na revitalização do centro como um espaço vibrante e acolhedor.

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