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Museu das Amazônias é inaugurado em Belém

Legado da COP 30, o Museu das Amazônias propõe novas formas de pensar a região ao unir ciência, arte, ancestralidade e sustentabilidade

Por Milena Garcia
15 out 2025, 09h46

O Museu das Amazônias (MAZ) foi oficialmente inaugurado em Belém, no Armazém 4A do Complexo Porto Futuro II, como um espaço dedicado a democratizar e ampliar o acesso ao conhecimento sobre o território amazônico. O projeto antecipa a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) com o propósito de reunir ciência, arte e saberes tradicionais.

Museu das Amazônias
(Manuel Sá/Divulgação)

Mais do que um centro expositivo, o museu se apresenta como um território vivo, que reflete a pluralidade de povos e ecossistemas das amazônias. Implementado pelo IDG em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Secretaria de Cultura do Estado do Pará, o novo espaço pretende ser referência em práticas museológicas inclusivas e descentralizadas, com foco em sustentabilidade e conexão com os territórios.

Museu das Amazônias

Museu múltiplo e contemporâneo

Com cerca de 1.450 m² de área expositiva, o Museu das Amazônias foi pensado para acolher diferentes linguagens artísticas e experiências educativas. O espaço conta com duas galerias de exposição, loja, área educativa e sala multiuso para 130 pessoas.

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Exposição Amazônia - Museu das Amazônias
Exposição Amazônia – Museu das Amazônias (IDG/Divulgação)

A comissão curatorial, composta pela antropóloga e pesquisadora indígena Francy Baniwa, pela ecóloga Joice Ferreira e pela arqueóloga Helena Lima, simboliza o espírito colaborativo do projeto. A proposta é transformar o museu em um ambiente de encontro entre perspectivas diversas — indígenas, ribeirinhas, quilombolas e urbanas — sobre o bioma e suas formas de vida.

Arquitetura que celebra a natureza

Assinado pelos escritórios be.bo. e Guá Arquitetura, o projeto arquitetônico do Museu das Amazônias reinterpreta um antigo armazém do Porto Futuro II, transformando-o em um percurso que combina descoberta e contemplação. O edifício dialoga com a paisagem urbana e fluvial de Belém, cidade que sediará a COP-30 em 2025, e propõe um modelo de arquitetura sustentável e simbólica.

Museu das Amazônias
Museu das Amazônias. (IDG/Divulgação)

O desenho do espaço é inspirado na cobra, figura central em diversas mitologias amazônicas, que orienta o traçado do edifício e sua identidade visual. Os bancos de convivência foram confeccionados com mais de quinze espécies de madeiras de manejo sustentável, compondo também uma xiloteca. Na fachada, o mural coletivo “A Serpente é um Corpo que Une Mundos”, criado por dezesseis artistas pan-amazônicos, transforma a arquitetura em obra de arte pública.

Exposições inaugurais

O Museu das Amazônias abre suas portas com duas grandes mostras. No térreo, a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado, chega pela primeira vez ao Norte do país após circular por Paris, Londres e São Paulo. São cerca de 200 imagens em preto e branco, fruto de sete anos de expedições, que retratam a força das paisagens e das comunidades indígenas da floresta.

Exposição Ajurí - Museu das Amazônias
Exposição Ajurí – Museu das Amazônias (IDG/Divulgação)

No mezanino, a exposição “Ajurí” apresenta obras de artistas amazônidas e nacionais, valorizando a ancestralidade e os materiais naturais da região — como fibras de coco, taboa e miriti. Um dos destaques é um móbile composto por mais de 1.500 animais de miriti produzidos por artesãos de Abaetetuba, representando a diversidade da fauna e a potência da arte popular. Além dessas, uma exposição permanente com um passeio cronológico pela história da Amazônia está prevista para 2026.

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Serviço Museu das Amazônias

  • Endereço: Armazém 4A, Complexo Porto Futuro II, bairro do Reduto, Belém
  • Funcionamento: de quinta a terça, das 10h às 18h (última entrada às 17h). Fechado às quartas para manutenção.
  • Entrada: gratuita até fevereiro de 2026.
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