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O que são cidades inteligentes? Veja exemplos pelo mundo

Entenda o que são cidades inteligentes, como funcionam e de que forma a tecnologia está tornando os centros urbanos mais sustentáveis e eficientes

Por CASACOR Publisher
14 out 2025, 11h00

As cidades inteligentes representam uma das maiores revoluções do século XXI em termos de planejamento urbano e gestão pública. Em um contexto de urbanização acelerada e desafios crescentes — como mobilidade, sustentabilidade e segurança —, essas cidades se apoiam na tecnologia, na inovação e na análise de dados para otimizar serviços, reduzir custos e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

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A Torre C da Baía de Shenzhen, na China, leva a assinatura do escritório Zaha Hadid Arquitetos e possui jardins que purificam o ar. (Brick Visual/CASACOR)

Mais do que simples uso de tecnologia, o conceito envolve uma nova forma de pensar o espaço urbano, baseada na conectividade, na participação social e na sustentabilidade.

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Conceito e origem das cidades inteligentes

O termo smart city surgiu nos anos 1990, impulsionado pelo avanço da internet e pela ideia de que a tecnologia poderia tornar as cidades mais eficientes e sustentáveis. No entanto, o conceito atual vai além da digitalização de serviços: ele integra tecnologia, governança e cidadania.

Nanchang Fish Tail Park, em Jiangxi, transforma áreas sujeitas a inundações em um parque urbano vibrante, conciliando lazer, biodiversidade e gestão inteligente da água.
Nanchang Fish Tail Park, em Jiangxi, transforma áreas sujeitas a inundações em um parque urbano vibrante, conciliando lazer, biodiversidade e gestão inteligente da água. (Turenscape/Divulgação)

Uma cidade inteligente é aquela que utiliza tecnologias da informação e comunicação (TICs) para coletar, analisar e aplicar dados em benefício da gestão urbana e da população.

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Isso inclui desde sistemas de transporte público com monitoramento em tempo real até sensores ambientais que medem a qualidade do ar e a eficiência energética dos edifícios.

Referência em urbanismo integrado, o Kampung Admiralty, projetado pelo escritório WOHA, combina habitação, saúde e lazer em um projeto biofílico repleto de jardins suspensos.
Referência em urbanismo integrado, o Kampung Admiralty, projetado pelo escritório WOHA, combina habitação, saúde e lazer em um projeto biofílico repleto de jardins suspensos. (WOHA/Divulgação)

Mais do que um modelo tecnológico, trata-se de um modelo humano e participativo, que busca responder às necessidades locais com inovação social e soluções sustentáveis.

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Os pilares de uma cidade inteligente

Para funcionar de forma integrada, uma cidade inteligente se apoia em diversos pilares interdependentes. Entre os principais estão:

Urbanismo

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Esses pilares formam a base de um ecossistema urbano inovador, onde a tecnologia é uma ferramenta — e não um fim em si mesma.

Exemplos de cidades inteligentes no mundo

Diversas cidades ao redor do mundo se tornaram referências em inovação urbana. Barcelona, por exemplo, investe desde 2011 em um modelo de gestão que utiliza sensores para otimizar o consumo de energia e água, além de promover espaços públicos mais interativos.

Singapura se destaca como uma das cidades mais digitalizadas do planeta, com sistemas de transporte totalmente integrados, monitoramento de tráfego em tempo real e políticas públicas baseadas em dados.

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Gardens by the Bay, em Singapura, é um exemplo icônico de paisagismo regenerativo, onde a sustentabilidade e a inovação se encontram. Com seus jardins verticais e uso eficiente de recursos naturais, como a captação de água da chuva, o local não só embeleza a cidade, mas também contribui ativamente para a recuperação do ecossistema local, promovendo a biodiversidade e a resiliência climática.
Gardens by the Bay, em Singapura. (Sergio Sala/Unsplash/Divulgação)

Na América Latina, Curitiba é frequentemente citada como pioneira em mobilidade e sustentabilidade, com transporte coletivo eficiente e programas de reciclagem exemplares. Medellín, na Colômbia, também se transformou ao longo das últimas décadas, com projetos urbanos que integram tecnologia, cultura e inclusão social — mostrando que inovação e humanidade podem caminhar juntas.

Curitiba é referência em urbanismo sustentável e mobilidade inteligente, com soluções que integram tecnologia, meio ambiente e qualidade de vida.
Curitiba é referência em urbanismo sustentável e mobilidade inteligente, com soluções que integram tecnologia, meio ambiente e qualidade de vida. (Prefeitura de Curitiba/CASACOR)

Essas experiências reforçam que não há um modelo único de cidade inteligente: cada contexto adapta o conceito às suas necessidades, cultura e realidade econômica.

Desafios e críticas às cidades inteligentes

Apesar do potencial transformador, o modelo das cidades inteligentes também enfrenta desafios. Um dos principais é o acesso desigual à tecnologia — em muitos casos, os benefícios da digitalização ficam restritos a grupos específicos, reforçando desigualdades já existentes.

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A Rede Integrada de Transporte curitibana (BRT – sigla para Bus Rapid Transit) foi listada como um dos 50 projetos mais influentes dos últimos 50 anos, de acordo com o Instituto de Gerenciamento de Projetos – o Project Management Institute (PMI). (Mario Roberto Duran Ortiz/Divulgação)

Outro ponto crítico é a privacidade dos dados: o uso intensivo de sensores e monitoramento levanta debates sobre segurança da informação e vigilância em massa. Além disso, há o risco de que o conceito seja reduzido a um marketing urbano, em que a “inteligência” se limita à presença de gadgets ou aplicativos, sem mudanças estruturais nas políticas públicas.

Por isso, especialistas defendem que a inteligência de uma cidade deve estar ligada à sua capacidade de inclusão, participação cidadã e sustentabilidade, e não apenas ao número de tecnologias implementadas.

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O futuro das cidades inteligentes no Brasil

No Brasil, o avanço das cidades inteligentes ainda é gradual, mas promissor. Iniciativas em lugares como Florianópolis, Recife e São Paulo mostram como a integração entre universidades, empresas e governo pode gerar soluções urbanas eficientes. Programas de gestão de resíduos, iluminação pública com sensores e transporte público digitalizado são alguns exemplos.

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Um vórtice de chuva é a peça central da área das joias no Aeroporto Internacional Changi de Singapura. (Matteo Morando / CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons/CASACOR)

Além das grandes capitais, municípios menores também começam a adotar práticas inteligentes, como monitoramento ambiental e plataformas participativas. Isso indica que a transição para cidades mais conectadas e sustentáveis pode — e deve — ocorrer em diferentes escalas.

O desafio está em equilibrar inovação e equidade, garantindo que o avanço tecnológico se traduza em melhor qualidade de vida, inclusão social e respeito ambiental. O futuro urbano será inteligente apenas se for, também, humano.

CASACOR Publisher é um agente criador de conteúdo exclusivo, desenvolvido pela equipe de Tecnologia da CASACOR a partir da base de conhecimento do casacor.com.br. Este texto foi editado por Yeska Coelho.

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