A busca por métodos construtivos mais rápidos, sustentáveis e econômicos tem levado arquitetos e engenheiros a adotarem soluções inovadoras no Brasil. Um desses sistemas que vem ganhando destaque é o steel frame, também conhecido como construção a seco. Muito utilizado em países como Estados Unidos, Japão e Canadá, esse modelo tem conquistado espaço por aqui principalmente em projetos residenciais, comerciais e de empreendimentos sustentáveis.

Ao contrário da alvenaria tradicional, o steel frame não utiliza tijolos ou blocos cerâmicos, e sim uma estrutura de perfis metálicos leves, normalmente de aço galvanizado, que formam a “espinha dorsal” da construção. Sobre esses perfis, são fixadas placas de vedação, que podem ser OSB, cimentícias ou drywall, dependendo do ambiente e da finalidade. A seguir, entenda melhor como o sistema funciona, sua origem, aplicações e por que ele é considerado uma opção promissora para o futuro da construção civil.
Origem e popularização do steel frame
O steel frame surgiu nos Estados Unidos no final do século XIX, mas ganhou força a partir da década de 1950, com a industrialização do setor da construção civil e a demanda por moradias mais rápidas e econômicas. Com forte presença também no Canadá, Austrália e em alguns países europeus, esse sistema é uma evolução do wood frame — que utiliza madeira como estrutura — e se adaptou bem a diferentes climas e necessidades, inclusive em áreas sujeitas a terremotos, pela sua leveza e flexibilidade.

No Brasil, o uso do steel frame começou a se expandir nos anos 2000, com a chegada de empresas especializadas e a maior aceitação do mercado em relação a sistemas alternativos à alvenaria. Hoje, é utilizado desde casas térreas até edifícios de pequeno porte, além de escolas, hospitais e lojas comerciais.
Como funciona o sistema steel frame
A principal característica do steel frame é a substituição da estrutura de concreto e tijolos por perfis de aço galvanizado, que são leves, resistentes e fáceis de manusear. Essa estrutura forma o esqueleto da edificação e é complementada por painéis de vedação e acabamento, tanto internos quanto externos. As camadas externas geralmente contam com placas cimentícias e isolamentos térmico e acústico.

Por se tratar de um sistema industrializado, muitas das peças são cortadas e preparadas em fábrica, o que reduz o tempo de obra, minimiza erros de execução e gera menos entulho no canteiro. A montagem é feita de forma sequencial e organizada, permitindo maior precisão e previsibilidade nos prazos e nos custos.
Vantagens do steel frame na arquitetura e construção
Entre os principais benefícios do steel frame estão a agilidade na execução, a redução de resíduos e a economia de água — já que o sistema é considerado uma construção a seco. Além disso, a leveza da estrutura permite fundações menos profundas, o que reduz custos com escavação e concreto.

Outro destaque é o desempenho térmico e acústico, que pode ser elevado com a correta aplicação de mantas e isolantes específicos. O sistema também facilita reformas e ampliações, já que as paredes podem ser removidas ou adaptadas com mais facilidade do que em construções convencionais.
Sustentabilidade e eficiência do steel frame
Do ponto de vista ambiental, o steel frame é um sistema altamente sustentável. O aço utilizado é reciclável e reaproveitável, e como boa parte do processo ocorre fora do canteiro, há uma significativa diminuição de impactos ambientais, como emissão de CO₂, consumo de água e geração de resíduos.

Além disso, a construção com steel frame tende a ser mais eficiente energeticamente, principalmente quando associada a materiais de isolamento térmico adequados e estratégias de arquitetura bioclimática. Isso se traduz em menor gasto com climatização e iluminação artificial no longo prazo.
Projetos que seguem certificações ambientais como LEED ou AQUA-HQE costumam adotar o sistema em busca de maior pontuação em critérios de sustentabilidade, qualidade do ar interno e racionalização de recursos.
Exemplos de aplicação e limitações do sistema
O steel frame é muito usado em construções de até cinco pavimentos, por conta das limitações estruturais que o sistema apresenta em comparação ao concreto armado em edifícios altos. No entanto, ele é extremamente eficaz em casas térreas, sobrados, construções modulares, lojas e até hospitais, por permitir rapidez e flexibilidade em montagens provisórias ou definitivas.

No Brasil, algumas construtoras já utilizam o sistema em larga escala em condomínios residenciais, e projetos premiados de arquitetura sustentável também apostam no steel frame como solução viável. Vale lembrar que, embora seja resistente, o sistema requer mão de obra especializada e atenção na etapa de projeto para garantir a durabilidade e o desempenho da edificação.
Além disso, questões como custo inicial mais alto (compensado pela economia no longo prazo) e a necessidade de materiais importados em algumas regiões ainda são desafios a serem superados para sua popularização.
Diferença entre steel e wood frame
Na construção a seco, esses dois sistemas se destacam. Ambos permitem obras rápidas, limpas e com ótimo desempenho térmico e acústico, mas a principal diferença está no material da estrutura.
O steel frame utiliza perfis de aço galvanizado, oferecendo alta resistência à umidade, pragas e variações climáticas — ideal para regiões úmidas ou obras de grande porte. Já o wood frame é estruturado com madeira tratada, mais leve e com apelo estético aconchegante, muito usado em casas térreas e projetos residenciais.
Em termos de sustentabilidade, a madeira de reflorestamento é renovável e tem menor pegada de carbono, enquanto o aço é 100% reciclável, embora demande mais energia na produção. A escolha entre um e outro depende do estilo arquitetônico desejado, das condições climáticas e do orçamento disponível.
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