O que é Muxarabi? Descubra como surgiu e dicas para usar o elemento
Descubra o que é muxarabi, sua origem, usos na arquitetura e como aplicar esse elemento tradicional em projetos modernos com estilo e funcionalidade

Em meio às tendências contemporâneas da arquitetura, elementos tradicionais ganham novas interpretações, resgatando técnicas milenares com uma estética atual e funcional. Um exemplo marcante desse resgate é o muxarabi, um tipo de treliça de origem árabe que une privacidade, ventilação e beleza arquitetônica.
Presente tanto em projetos residenciais quanto comerciais, áreas internas e fachadas, o muxarabi tem ganhado espaço nos últimos anos, integrando-se com harmonia à arquitetura moderna.

O que é muxarabi?
Muxarabi (ou “mashrabiya”, em árabe) é um tipo de elemento vazado ou treliça de madeira, tradicionalmente usado nas janelas e varandas de construções no Oriente Médio e no norte da África. Sua função original era permitir que os ocupantes observassem o exterior sem serem vistos, garantindo privacidade, além de proporcionar ventilação natural e sombreamento em regiões de clima quente.

Com a expansão do mundo islâmico, o muxarabi chegou à Península Ibérica e, mais tarde, influenciou a arquitetura colonial portuguesa e espanhola — inclusive em países como o Brasil. Aqui, tornou-se especialmente comum em casarões e sobrados do período colonial, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Com a forte tendência de ambientes integrados, o muxarabi é usado como um recurso que muitos designers de interior e arquitetos utilizam para trazer uma conexão, com ventilação, beleza, mas uma sensação maior de privacidade.
Características do muxarabi

Os muxarabis são tradicionalmente confeccionados em madeira trabalhada em padrões geométricos, embora hoje também existam versões em metal, PVC e materiais recicláveis, dependendo da proposta arquitetônica. Entre suas principais características, destacam-se:
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Padrões vazados que permitem a passagem de ar e luz;
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Proteção solar, ao bloquear a radiação direta sem impedir a iluminação natural;
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Privacidade visual, pois impede a visão de fora para dentro;
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Estética rica em detalhes, com desenhos geométricos ou orgânicos.

Essas qualidades tornam o muxarabi uma escolha não apenas funcional, mas também decorativa, ideal para integrar tradição e contemporaneidade em um mesmo projeto.
O papel do muxarabi na arquitetura contemporânea

O muxarabi é um recurso versátil que pode ser aplicado de diversas maneiras. Veja algumas funções que ele pode exercer em projetos arquitetônicos:
1. Controle de luz e sombra
Ao atuar como uma espécie de brise, o muxarabi filtra a luz solar, criando sombras interessantes e reduzindo o ganho térmico dos ambientes internos. Isso é especialmente útil em fachadas voltadas para o oeste ou norte, onde a incidência solar é mais intensa.
2. Ventilação cruzada
Por ser um elemento vazado, o muxarabi permite a passagem do vento, contribuindo para a ventilação natural dos ambientes. Ele pode ser usado em janelas, portas ou como divisória de ambientes internos para facilitar a circulação de ar.

3. Privacidade sem isolamento
Em ambientes urbanos, onde casas e edifícios estão cada vez mais próximos, o muxarabi permite manter a conexão com o exterior sem comprometer a privacidade. É ideal para varandas, sacadas e até áreas de serviço.
4. Estética e identidade visual
A aplicação de muxarabis agrega valor estético ao projeto. Com seus padrões personalizados, pode se tornar um elemento de identidade visual, conferindo sofisticação e personalidade à edificação.
5. Divisórias internas elegantes
Além do uso externo, o muxarabi pode atuar como divisória de ambientes internos, substituindo paredes ou biombos de maneira leve e elegante. Em lofts ou escritórios integrados, por exemplo, o recurso ajuda a definir espaços sem bloquear totalmente a iluminação.
Onde e como usar muxarabis?

O muxarabi pode ser utilizado em diversos contextos e com diferentes objetivos. Abaixo, destacamos algumas aplicações comuns:
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Fachadas: Instalado em frente a janelas ou como painel fixo nas paredes externas.
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Varandas e sacadas: Garante sombra e privacidade sem bloquear a ventilação.
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Portas e janelas: Incorporado como parte do caixilho ou como um painel móvel.
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Divisórias internas: Ideal para separar ambientes em residências, escritórios e restaurantes.
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Painéis decorativos: Em paredes, cabeceiras de cama, ou mesmo como elemento de destaque em halls e recepções.
Ao planejar o uso do muxarabi, é importante considerar a orientação solar do imóvel, a circulação de ar desejada, e o tipo de material mais adequado ao projeto. A escolha do padrão também pode refletir elementos culturais, modernistas ou minimalistas, dependendo da proposta estética.
Boas práticas para usar muxarabis em projetos

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Atenção ao material: Madeira maciça é tradicional e elegante, mas requer manutenção. Já o alumínio e o PVC oferecem maior durabilidade e menor manutenção.
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Compatibilização com a ventilação: Posicione o muxarabi onde ele possa potencializar a ventilação cruzada.
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Estudo da insolação: O projeto deve considerar a entrada de luz ao longo do dia, aproveitando ao máximo a iluminação natural sem gerar desconforto térmico.
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Integração com o estilo arquitetônico: Escolha padrões e materiais que dialoguem com o restante do projeto, seja ele clássico, moderno ou rústico.
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Manutenção preventiva: Elementos em madeira devem ser tratados contra umidade e pragas, com inspeções periódicas.
Muxarabi: entre o passado e o futuro da arquitetura
O muxarabi é mais do que um ornamento arquitetônico: é um símbolo de equilíbrio entre forma e função, capaz de traduzir a inteligência construtiva de séculos passados em soluções atuais para conforto, estética e sustentabilidade.

Na arquitetura contemporânea, o muxarabi ganha novas interpretações e materiais, sem perder sua essência. É a prova de que a tradição, quando bem aplicada, tem o poder de transformar e enriquecer qualquer espaço.
CASACOR Publisher é um agente criador de conteúdo exclusivo, desenvolvido pela equipe de Tecnologia da CASACOR a partir da base de conhecimento do casacor.com.br. Este texto foi editado por Yeska Coelho.