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Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu

Exposição no Museu A CASA apresenta criação colaborativa entre a designer Maria Fernanda Paes de Barros e artesãos Mehinaku

Por Redação
Atualizado em 11 ago 2025, 11h17 - Publicado em 8 ago 2025, 15h59

A partir de 16 de agosto, o Museu A CASA do Objeto Brasileiro recebe a exposição Xingu – Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo, resultado de uma colaboração entre a designer Maria Fernanda Paes de Barros, da Yankatu, e artesãos do povo Mehinaku, do Alto Xingu (MT). A ideia nasceu há cinco anos, quando Maria Fernanda realizou uma imersão na aldeia Kaupüna e apresentou à comunidade técnicas de tingimento natural de algodão, despertando interesse e abrindo caminho para novas criações que respeitam os saberes tradicionais.

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Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Projeto realizou oficinas de tingimento natural a partir da floresta. (Lucas Rosin/CASACOR)
Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Ao invés de comprar fios tingidos, agora eles podem tingir na aldeia. (Lucas Rosin/CASACOR)

A mostra reúne peças tradicionais — como bancos zoomorfos, cestarias e esteiras — e obras inéditas criadas em conjunto com a designer. Nessas novas produções, o buriti, palmeira nativa central no trabalho das mulheres Mehinaku, e os fios de algodão tingidos com pigmentos naturais de cascas de árvores ganham destaque. O resultado revela uma convivência imersiva e ética, na qual tradição e design se encontram para ampliar o repertório artístico brasileiro.

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Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Indígenas aprenderam a extrair pigmentos a partir de cascas de árvores. (Lucas Rosin/CASACOR)
Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Ação gerou paleta com 12 cores. (Lucas Rosin/CASACOR)

Durante o processo, o projeto promoveu oficinas de tingimento natural com as mulheres da aldeia, conduzidas pela pesquisadora Maibe Maroccolo (Mattricaria), especialista no potencial tintorial dos biomas brasileiros. O intercâmbio entre técnicas ancestrais e práticas contemporâneas gerou uma paleta de 12 cores, incorporadas às obras expostas. Além disso, o público poderá assistir a um minidocumentário inédito sobre o projeto e acessar gratuitamente um catálogo virtual com imagens, depoimentos e reflexões.

Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
(Lucas Rosin/CASACOR)
Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Exposição terá obras tradicionais e outras que resultam da interação com a Yankatu. (Lucas Rosin/CASACOR)

A expografia foi pensada para valorizar as obras e ampliar o destaque das peças, criando um ambiente que potencializa a experiência estética e imersiva. A mostra também foi planejada para ser plenamente acessível, com tradução em libras, textos em braile, espaço adaptado e monitores capacitados para receber visitantes com diferentes necessidades.

Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Projeto visa trazer visibilidade para o trabalho da mulheres Mehinaku. (Lucas Rosin/CASACOR)
Exposição põe em diálogo o design e os saberes indígenas do Xingu
Exposição terá obras tradicionais e outras que resultam da interação com a Yankatu. (Lucas Rosin/CASACOR)

Com entrada gratuita, a exposição Xingu – Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo poderá ser visitada até 26 de outubro de 2025, de quarta a domingo, das 10h às 18h, no Museu A CASA do Objeto Brasileiro (Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros, São Paulo/SP).

Serviço: “Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo”

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