Reforma do Centro Pompidou: entenda o que vai mudar
Entenda quais são os objetivos da obra do Pompidou e quais exposições estão em cartaz antes do museu fechar por cinco anos

Palco de grandes coleções da arte moderna e contemporânea do mundo, o Centro Pompidou, localizado em Paris, está prestes a receber uma reforma que terá duração de cinco anos – de setembro de 2025 a 2030. O programa de obras do museu foi aprovado em 2020 com o apoio do Ministério da Cultura da França. O projeto da reforma foca em renovar e remover o amianto de todas as fachadas, garantir uma infraestrutura de segurança contra incêndios e promover melhor acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, além da otimizar energeticamente todo o edifício.

A reforma também visa reinventar a utopia original da instituição, ao mesmo tempo em que responde aos desafios culturais, sociais e ambientais dos próximos anos. Entre os fundamentos do projeto estão: manter o senso de hospitalidade para reunir e acolher todos visitantes; ser uma fábrica experimental para jovens e priorizar a sustentabilidade por meio de escolhas ecologicamente responsáveis. Durante o período de fechamento, as maiores instituições culturais de Paris, da França e do mundo irão acolher o acervo do museu e sua programação multidisciplinar focada nas grandes questões de seu tempo.
As seis equipes de arquitetos que estão à frente da gestão da obra no Pompidou são: Aires Mateus associado à Nomade Architectes; Encore Heureux Architectes associado à AIA Architectes; Kuehn Malvezzi associado à Carrière Didier Gazeau e Calq; Lacaton & Vassal Architectes associado à Frédéric Druot Architecture; Moreau Kusunoki associado ao Frida Escobedo Studio; e Arquitetura Perrault associada a Gaëlle Lauriot-Prevost.
O que está em cartaz até a reforma
O museu segue em operação até a data de fechamento. Abaixo, saiba mais sobre as exposições que estarão em exibição nos próximos meses:
En Cours – Suzanne Valadon

Até 26 de maio, cerca de 200 obras, desenhos e pinturas divididos em cinco seções temáticas refazem a jornada de Suzanne Valadon (1865-1938) desde o início, como modelo favorita de toda Montmartre até seu reconhecimento artístico. Valadon opta por pintar a realidade e representar corpos sem artifícios ou voyeurismo. Ela foi a primeira mulher a pintar um nu frontal masculino em grande escala.
Méthode – Antoine d’Agata

O fotógrafo Antoine d’Agata assume uma das salas do museu para torná-la seu estúdio até 17 de fevereiro. O espaço se torna um momento para lançar um novo olhar sobre seu trabalho produzido desde 1991. Assim, o público é convidado a conhecer o processo criativo do artista ao longo desse período.
À venir – Hans Hollein

A exposição monográfica “À venir” – disponível até 2 de junho – é dedicada ao arquiteto austríaco Hans Hollein (1934-2014), filiado ao movimento pós-modernista desde sua participação na 1ª Bienal de Arquitetura de Veneza em 1980. A mostra permite reavaliar a coerência de sua abordagem artística e crítica à luz de seus compromissos com os vários movimentos que moldaram as pós-vanguardas das décadas de 1960 a 1980 – da arte informal à arte conceitual, passando pela arquitetura radical.
Paris noir – Circulações artísticas, lutas anticoloniais 1950-2000

Em cartaz até 30 de junho, “Paris noir” traça a presença e a influência de artistas negros na França entre as décadas de 1950 e 2000. A exposição destaca 150 artistas afrodescendentes, da África às Américas, cujas obras muitas vezes nunca foram exibidas na França. A mostra apresenta meio século de lutas pela emancipação, desde a independência africana até a queda do apartheid, incluindo a luta contra o racismo na França.
Énormément bizarre – Uma coleção Jean Chatelus, doação da fundação Antoine de Galbert

Jean Chatelus, professor de história e palestrante na Sorbonne, que morreu em 2021 aos 82 anos, formou uma coleção única durante sua vida, como um “acumulador” e não como um colecionador. Quase 400 peças – esculturas, instalações, pinturas, fotografias, desenhos, objetos votivos e vernáculos – em torno dos temas do corpo, da morte e da natureza efêmera da vida, estarão disponíveis no Pompidou até 30 de junho.
Wolfgang Tillmans – Rien ne nous y préparait – Tout nous y préparait

Para encerrar o programa dentro do edifício, até 22 de setembro, o artista alemão Wolfgang Tillmans explora sua forma bem como suas funções (transmissão de conhecimento, acessibilidade, compartilhamento) à luz de seu universo estético. O trabalho fotográfico de Tillmans investiga a profunda transformação dos meios e suportes de informação de seu tempo.