Foi durante uma corrida matinal que uma publicitária se deparou com esta casa em estado de abandono, em São Conrado (bairro na zona sul do Rio de Janeiro), e não hesitou em contar para o marido sobre a joia bruta que descobriu. Rapidamente, ele também se encantou com a arquitetura modernista da casa, que tem 900 m².
Assim que o negócio foi fechado, antes de se mudarem para o novo endereço com os três filhos, eles encomendaram aos arquitetos Jéssica Sarriá e Murad Mohamad, do escritório carioca Murad + Sarriá Arquitetura (do elenco CASACOR Rio de Janeiro) e à arquiteta Renata Zappellini, um projeto de renovação completa da propriedade, erguida há mais 60 anos.
A reforma teve como ponto de partida respeitar ao máximo a arquitetura original, mantendo intocados muitos dos elementos característicos da época, com destaque para a cobertura ondulante presente em uma das extremidades da casa, que os clientes fizeram questão de manter.
O projeto de interiores conta com mobiliários predominantemente modernos e contemporâneos, com destaque para a poltrona com pufe Up (de Gaetano Pesce), a mesa de jantar Fresta (de Claudia Moreira Salles), o par de poltronas Gio (de Sergio Rodrigues), a mesa de centro Rosá (de Maria Cândida Machado), as cadeiras de jantar Francisco (de Dado Castello Branco), entre outras peças de design assinado.
Nas paredes e estantes, há fotografias, quadros, livros e até mesmo pinturas produzidas pelos próprios moradores, com destaque para o quadro e a escultura da sala de jantar, do artista Ivan Freitas, a escultura de Roberto Magalhães e uma obra assinada por Tulio Dek.
Os arquitetos contam que começaram a repensar a casa reorganizando a planta, que tem dois pavimentos e um subsolo. Na prática, algumas paredes dos dois pavimentos superiores, antes bastante compartimentados, foram eliminadas, mas as amplas portas e janelas de vidro foram mantidas para enfatizar a fluidez espacial e romper os limites entre interior e exterior.
Já a cozinha aberta para sala ganhou uma área ampla, iluminada, ventilada e com uma vista da praia de São Conrado. “Amo o clima bucólico que tem aqui. Fui criada em fazenda e quero que minha filha tenha essa conexão com a natureza. Toda tarde recebemos a visita dos tucanos e o silêncio faz parecer que nem estou no Rio”, relata a moradora.
Ao idealizar sua nova residência, a moradora também pediu espaços para acomodar não só as obras de arte, mas principalmente a vasta coleção de livros. “Eu e meu marido somos publicitários e temos colecionado memórias de uma vida inteira, colhidas em viagens pessoais e profissionais, além de presentes que tem muito valor afetivo para nós”, diz.
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