MASP conclui as obras de seu novo edifício e abre ao público em 2025
Assinado pela METRO Arquitetos, o novo prédio de 14 andares representa um expressivo crescimento do museu, que dobra a sua área de atuação
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – anunciou a conclusão das obras do seu segundo edifício, nomeado Pietro Maria Bardi em homenagem ao primeiro diretor artístico do museu. Como forma de preservar e valorizar a história da instituição, reconhecendo seus três fundadores, o prédio original recebe o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi.
O novo prédio de 14 andares e 7.821 m², somado à recente concessão do belvedere conhecido como vão livre, representa um expressivo crescimento da instituição, que dobra a sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m² a partir de março de 2025.
“Este é um momento histórico para a instituição e para a cidade de São Paulo. São dois edifícios que formam um único museu. O edifício Pietro, junto às atividades públicas no vão livre e os generosos espaços do prédio histórico, formam um conjunto que marca uma nova fase do MASP, que se torna ainda mais inclusivo, diverso e plural”, conta Heitor Martins, diretor-presidente do MASP.
O novo edifício do MASP aumenta em até 66% seus espaços expositivos. São cinco novas galerias para exposições, duas áreas multiuso, salas de aula, laboratório de conservação, área de acolhimento, restaurante e café, além de depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte.
Iniciada em 2019, a construção do novo prédio foi totalmente financiada por doações de pessoas físicas, sem uso de leis de incentivo. Essa prática reforça a característica histórica do museu de engajar a sociedade civil em seus mais diversos projetos. “Foram doados 250 milhões para a construção deste edifício. O sucesso da captação também é resultado de um modelo de gestão implantado no MASP há 10 anos, que trouxe para a instituição sustentabilidade financeira, transparência e profissionalismo”, pontua Alfredo Egydio Setubal, presidente do Conselho, MASP.
O projeto arquitetônico é liderado pela METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni, com participação de Júlio Neves no projeto legal. A colaboração entre o escritório e o MASP é resultado de uma longa relação de trabalho iniciada em 2015, com destaque para as adaptações técnicas nos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi, reinstalados no museu em 2016.
Para a METRO, era importante evitar grandes composições na fachada para estabelecer uma relação harmoniosa com o edifício histórico. “Apostamos em um visual limpo, uma fachada homogênea, para não criar ruídos nessa relação. Ao mesmo tempo, o design monolítico, inspirado nas tipologias dos museus verticais, como os de Nova York, se destaca no entorno, conferindo-lhe um caráter próprio”, afirma Corullon.
Um dos principais diferenciais é o revestimento em chapas metálicas perfuradas e plissadas, uma solução que controla a incidência de luz natural e reduz o aquecimento interno. Essa fachada metálica funciona como uma “pele” protetora, que diminui a carga térmica e aumenta a eficiência energética do edifício, aliviando o sistema de climatização.
Existem diversas conexões entre os dois prédios, como a relação entre o museu e o ambiente urbano por meio da transparência. Enquanto a fachada de vidro do edifício original cria uma continuidade visual entre o interior do museu e a Avenida Paulista, o projeto da METRO propõe um jogo de luz e sombra. Ao entrar no Pietro, o visitante poderá observar a cidade e o próprio edifício Lina por meio de amplas aberturas que se revelam apenas àqueles que estão dentro do prédio durante o dia. Contudo, à noite, essas mesmas janelas desnudam fragmentos do interior do edifício para a cidade.
Outro ponto de conexão é o túnel de 40 metros que interliga as áreas de acolhimento dos edifícios. Com conclusão prevista para o segundo semestre de 2025, a passagem subterrânea facilitará a circulação dos visitantes, promovendo o funcionamento integrado dos dois prédios e preservando o visual da paisagem urbana.
O ano de 2025 será dedicado às Histórias da Ecologia. O museu promoverá exposições, cursos, palestras, oficinas, seminários e publicações que convidam à reflexão sobre temas urgentes, como a relação entre ser humano e meio ambiente, em diálogo com a cultura visual e as práticas artísticas.