O Dia das Crianças é um convite para redescobrir São Paulo sob um olhar mais lúdico. A cidade, conhecida por sua densidade urbana e ritmo acelerado, também abriga espaços em que a arquitetura se abre para o brincar, o movimento e a convivência. Ambientes que vão além da função — transformam-se em experiências sensoriais capazes de acolher, educar e inspirar os pequenos.

Da ousadia brutalista de Lina Bo Bardi ao diálogo entre arte e paisagem concebido por Niemeyer e Burle Marx, esses lugares revelam como a boa arquitetura pode criar vínculos afetivos entre as crianças e a cidade. No Dia das Crianças, eles se tornam destino ideal para quem busca vivências que unem cultura, lazer e descoberta. Confira abaixo!
Sesc 24 de Maio
Projetado por Paulo Mendes da Rocha em parceria com MMBB Arquitetos, o Sesc 24 de Maio é um dos edifícios mais emblemáticos do centro paulistano. Seus 13 andares abrigam exposições, teatro, cafés e uma piscina semiolímpica na cobertura — um verdadeiro oásis urbano com vista panorâmica da cidade!

No Dia das Crianças, a unidade se transforma em um playground vertical. A parede de escalada no oitavo andar, o espelho d’água no 11º e os espaços de brincar espalhados pelos pavimentos convidam as famílias a explorar cada andar como uma nova aventura. O prédio revela, em escala arquitetônica, a ideia de que o brincar pode acontecer em qualquer altura.
Sesc Pompeia
Entre os ícones da arquitetura brasileira, o Sesc Pompeia é o exemplo mais potente de como o espaço pode inspirar o corpo e a imaginação. Lina Bo Bardi preservou a estrutura da antiga fábrica de tambores dos anos 1930 e a reinventou como centro cultural, conectando os blocos por passarelas de concreto que parecem flutuar no ar.

As crianças encontram ali uma arquitetura que convida ao movimento: rampas, passagens e vãos que estimulam o olhar curioso. Programas como o “Espaço de Brincar” e o “Curumim” reforçam essa vocação lúdica do prédio — um lugar em que arte, convivência e liberdade se cruzam.
Centro Cultural São Paulo
O Centro Cultural São Paulo é um dos primeiros espaços culturais do país a assumir o conceito de “centro aberto”. O projeto dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, inaugurado em 1982, integra a paisagem com rampas, jardins e grandes planos de vidro que convidam à permanência.

Para as crianças, o CCSP é uma extensão do brincar urbano: há áreas para leitura, oficinas, espetáculos, jogos e até espaços externos onde jovens se reúnem para dançar ou jogar. É um exemplo de arquitetura democrática, que acolhe diferentes idades e modos de estar — uma celebração da cidade como lugar de encontro.
MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia)
Assinado por Paulo Mendes da Rocha com paisagismo de Roberto Burle Marx, o MuBE é um dos espaços mais simbólicos de São Paulo quando se pensa na integração entre arte e ambiente. Suas lajes, espelhos d’água e áreas abertas criam um território livre para a curiosidade infantil.

Durante o Dia das Crianças, o museu costuma oferecer oficinas de arte, atividades interativas e exposições que estimulam o olhar sensível desde cedo. A arquitetura, marcada pelo concreto e pelo vazio, ensina de maneira intuitivo que é no espaço entre as formas onde nascem a imaginação e o pertencimento.
Planetário do Ibirapuera
O Planetário Professor Aristóteles Orsini, no Parque do Ibirapuera, une história, ciência e arquitetura em uma experiência única. O edifício foi projetado por Eduardo Corona, Roberto Tibau e Antônio Carlos Pitombo em 1957 e, posteriormente, revitalizado por Paulo Faccio e Pedro Dias. Ele é reconhecido por sua cúpula de 18 metros de diâmetro, que abriga o projetor Starmaster — um espetáculo de imersão visual.

Ali, o Dia das Crianças ganha um toque cósmico. A estrutura tombada e o entorno arborizado criam o cenário perfeito para despertar o interesse pelo universo, ampliando a ideia de arquitetura como mediadora entre conhecimento e encanto.