5 dicas para organizar os pontos de tomada em casa estrategicamente
Organizar os pontos de tomada vai além de atender exigências técnicas: trata-se de planejar uma rotina mais prática, segura e eficiente

Na construção ou reforma de uma residência, o planejamento elétrico é um aspecto frequentemente negligenciado. No entanto, a correta organização dos pontos de tomada faz diferença não “apenas” no conforto e na praticidade dos moradores, mas também na segurança da casa. Um projeto bem elaborado evita improvisos, sobrecargas e transtornos futuros – tornando a rotina mais funcional!

De acordo com o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, pensar os pontos de tomada desde a fase de projeto é essencial. Isso envolve avaliar a planta baixa, a posição do mobiliário, os equipamentos que serão utilizados e até os padrões de amperagem adequados para cada ambiente. Com base em sua experiência, o profissional compartilha orientações valiosas que ajudam a estruturar essa questão de forma inteligente e duradoura.
1. Segurança e planejamento desde o início
Antes de falar em quantidades e posições, é preciso entender a importância do planejamento profissional. “É muito comum vermos casas com instalações realizadas por ‘conhecidos de conhecidos’, de forma improvisada ou que não seguem as normas de segurança estabelecidas. Essa prática resulta em sobrecargas, curtos-circuitos e até incêndios, colocando em risco a vida dos ocupantes. Por isso, o projeto concebido por um profissional é um investimento que compensa, pois ratifica a tranquilidade aos moradores e evita futuras dores de cabeça”, ressalta o arquiteto.

Assim, elaborar um levantamento detalhado com todos os equipamentos da casa é um passo essencial. Esse mapa de uso, quando associado ao estudo da planta baixa, ajuda a determinar tanto a quantidade quanto a altura e o posicionamento adequado dos pontos de tomada em cada ambiente.
2. Quantidade ideal de pontos de tomada
“Quantos pontos de tomada devem ter num cômodo?” A resposta, segundo Bruno Moraes, é que não existe uma quantidade correta de tomadas e o fator determinante está nas particularidades do ambiente e nas necessidades individuais. Assim, é preciso analisar o que cada espaço pede, quantos eletrodomésticos e outros equipamentos elétricos serão considerados e as possibilidades de uso em cada local. “Trabalhamos com uma premissa inspirada em um dito popular: ‘é melhor sobrar do que faltar”, enfatiza.

Essa lógica se aplica especialmente em áreas como salas, cozinhas e livings, onde há grande rotatividade de aparelhos. Já em banheiros e lavabos, a demanda costuma ser mais reduzida. “Embora a arquitetura nos indique uma referência, a medida certa está na rotina que o morador almeja para o imóvel”, complementa o profissional.
3. Estratégias para cada ambiente
Cada espaço da casa possui demandas específicas quando se trata de pontos de tomada.
Cozinha e banheiro
São áreas de cuidado devido ao contato com a água e pela quantidade de equipamentos de maior potência. Na cozinha, o ideal é prever pontos a cada 1,5 a 2 metros ao longo das bancadas, além de tomadas extras para eletrodomésticos fixos como geladeira, forno e cooktop. No banheiro, a atenção envolve não apenas a distância da pia, mas também a escolha por tomadas de maior amperagem para secadores e chapinhas.

Quarto e home office
Em dormitórios, a altura recomendada varia entre 30 e 45 cm do piso, ajustada de acordo com a posição da cama e criados-mudos. Já em home offices, a praticidade vem da previsão de pontos tanto abaixo quanto acima da bancada, contemplando notebooks, impressoras e carregadores sem a necessidade de improvisos.

Sala e área de convivência
Nos livings e home theaters, os pontos de tomada precisam acompanhar o projeto de automação, a instalação de televisões, projetores e sistemas de som. Nesse contexto, soluções embutidas em bancadas e marcenarias são interessantes para equipamentos temporários, preservando a estética do ambiente.

4. Padrões de amperagem
Outra etapa essencial é considerar os diferentes padrões de amperagem, que definem a capacidade máxima de corrente que os pontos de tomada podem suportar.
- Tomadas de 10 A: ideais para equipamentos de baixa potência, como luminárias, carregadores de celular e outros aparelhos pequenos.
- Tomadas de 20 A: indicadas para aparelhos de maior consumo, como micro-ondas, ar-condicionado, máquina de lavar e secador de cabelo. São indicadas para cozinhas, lavanderias e banheiros, evitando o uso de adaptadores que comprometem a segurança.
5. Cuidados em áreas externas
As áreas externas também exigem atenção. Nessas situações, a escolha deve recair sobre tomadas blindadas, capazes de resistir à umidade e às intempéries. Essa proteção evita infiltrações e garante maior durabilidade das instalações.
