Um dos grandes pontos de debate do inédito projeto da CASACOR, o Janelas CASACOR, foi a responsabilidade social. Em um período de tantas dificuldades, é fundamental, mais do que nunca, olhar para o outro com empatia. Por acreditar no potencial da arquitetura como instrumento de transformação, quatro contêineres elaborados para a exibição em São Paulo ficarão permanentemente para a cidade, servindo como pontos comunitários. Conheça cada um deles abaixo!
Galeria semente
A Galeria Fazendinhado é um projeto que vai além das paredes de seu contêiner, ela é uma semente da mudança. Assinado Ester Carro, Veronica Vacaro e Plantar Ideias, e instalado no Jardim Colombo, o espaço foi pensado para abrigar exposições, workshops e palestras. A primeira mostra é uma coleção de peças assinadas por mulheres artistas da comunidade.
Por dentro, a Galeria conta com cinco módulos rotativos suspensos, que permitem várias disposições. Essa versatilidade faz com que o espaço consiga receber desde performances até filmes e mostras. Do lado de fora, o paisagismo no teto e nos totens coloridos cria um espaço social público a ser utilizado pelos moradores.
“A Galeria vem para trazer esperança aos moradores, para mostrar que eles são capazes, com esforço e dedicação, de gerar mudança. Todos podem ser agentes transformadores. Todo mundo pode exercer seu potencial enquanto agente transformador”, explica Ester.
Muitas histórias por vir
O arquiteto Gustavo Martins criou um ambiente duplo: seu primeiro momento é como um aconchegante home-office, mas após o final do Janelas CASACOR, ele se transformará em uma Biblioteca na Vila Andrade – Associação Morumbi de Integração Social.
Com uma grande estante em ziguezague de madeira, a Caixa de Histórias possui móveis confortáveis e uma atmosfera convidativa para adultos que estejam trabalhando de casa. Seu destino final, porém, é muito longe do trabalho. Ele levará “histórias do mundo para crianças, em meio a mesas e pufes coloridos”.
Para acomodar as novas atividades algumas mudanças serão feitas. O tapete será removido, deixando o piso mais livre e serão incluídas peças de mobiliário mais alegres e coloridas. No dia da chegada da biblioteca à comunidade, haverá um evento especial em que o artista Hélio Degasperi fará grafites nas paredes externas.
Uma cozinha para muitas mãos
Muitos profissionais uniram esforços para criar a Cozinha Comunitária Alimentação Saudável Sacolão Freguesia do Ó. O projeto foi assinado pela FAU+D Acolhe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), com coordenação do arquiteto Rodrigo Loeb.
O ambiente será doado ao Centro Comunitário Tiro ao Pombo para a promoção de cursos, formações e eventos. Além da parte interna, a cozinha conta com uma área externa coberta por estrutura de bambu, executada pela Gera Brasil, e dois canteiros laterais com jardins e horta.
Deixar a criatividade livre
Estimular o olhar artístico no cotidiano foi o que inspirou o arquiteto Gustavo Neves a criar o Ateliê Sukha. Este espaço criativo foi pensado para ser um local de atividades de artes para crianças e adolescentes na Cidade Tiradentes. O contêiner fica no jardim do Centro Cultural do Hip Hop e seu nome “Sukha”, significa em sânscrito “estar em paz consigo mesmo e estar feliz no tempo presente”.
A decoração contida tem um propósito: ela é versátil e permite que o ambiente abrigue vários tipos de trabalhos. Os armários são embutidos e a paleta de cores é composta por tonalidades minerais, que remetem à essência.