CASACOR Ceará 2025: 34 projetos ocupam mais de 5 mil m² em Fortaleza
A mostra também traz uma homenagem ao Mestre Espedito Seleiro, com inserções de sua obra e estética única espalhadas por toda a exposição
Por Nádia Sayuri Kaku
Atualizado em 15 out 2025, 11h49 - Publicado em 13 out 2025, 11h17
Ramiro Mendes - Receita da Casa - DECA. Projeto da CASACOR Ceará 2025. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
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A CASACOR Ceará 2025 volta ao endereço da Rua Tibúrcio Cavalcante, 607 (Meireles), ocupando 5 mil m² de área – sendo 2 mil m² de área construída – para apresentar novas leituras do terreno e experiências que conectam bioarquitetura, sustentabilidade e afeto sob o tema Semear Sonhos. Em 34 ambientes assinados por 41 profissionais, a mostra traduz o morar contemporâneo com soluções funcionais, materiais responsáveis e uma estética que valoriza memórias e inovação. Ao longo do percurso, o visitante encontra mais de 90 empresas participantes e uma homenagem transversal ao Mestre Espedito Seleiro, com inserções de sua obra e estética única espalhadas por toda a exposição.
Confira todos os ambientes:
1/34 Lucas Góes Paisagista - Bosque do Artista. No espaço, a arte nasce da natureza e se revela como a maior de todas as artes. As árvores, protagonistas deste jardim, erguem-se como monumentos vivos – símbolos de vida, sombra, frescor e poesia. Elas lembram, com sua imponência silenciosa, que o mundo precisa urgentemente dos benefícios que só elas podem oferecer. O caminho se revela em suas mudanças de textura, que passam do granulado ao piso drenante em pedras naturais, encontram a maciez da grama e chegam ao frescor da água no lago. Cada transição é um convite a sentir, tocar, caminhar, respirar os perfumes e se deixar envolver pelas cores. Nesse mergulho nos sentidos nos reconectamos com a nossa ancestralidade, com a essência de estarmos vivos e integrados à terra. O ambiente é um manifesto sensorial e poético, um refúgio para quem busca reencontrar a harmonia da vida. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
2/34 Brenda Rolim - Casa Brisa. O ambiente, projeto do Estúdio do Bem, é um refúgio contemporâneo que convida à leveza, à contemplação e à conexão com o essencial. Inspirado pela fluidez do vento e pela energia do clima tropical, propõe um morar sensível e inteligente, onde arquitetura metálica, natureza, memória e design brasileiro se entrelaçam. A atmosfera é acolhedora e sofisticada, com materialidade elegante desde o piso, que traz a composição fluida entre ladrilhos hidráulicos artesanais e madeira natural reflorestada. A marcenaria é versátil, com todos os eletrodomésticos invisíveis embutidos, com escolha de acabamentos e cores inspiradas na nossa natureza exuberante. O mobiliário é resultado de uma cuidadosa curadoria de design original brasileiro. O loft é a tradução do morar contemporâneo industrializado e universal, mas com narrativa sensível e sintonizada com o clima, o lugar e os afetos. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
3/34 Marcelo Franco - Do Fogo ao Aço. Da experiência mais bruta e fria da fábrica ao produto final, de modo a olharmos para a criação sem esquecer as origens, o tempo e o amadurecimento necessários para chegar àquela peça refinada, moldável e multifacetada. É essa a simbologia do espaço, fortalecida com a trajetória de evolução e excelência da Aço Cearense, empresa há mais de quatro décadas no mercado. Entrar e sair do espaço cumpre uma rota sensorial. O minimalismo na iluminação e nos materiais de acabamento proporciona um ar de mistério a contar uma história de descobertas que vale a reflexão do quanto semeamos no processo para alcançar uma idealização. É um convite a refletir sobre o sentido da arquitetura em seu propósito perante a sociedade e a vida. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
4/34 Ney Filho - Casa Gardênia - Brasilidade Urbanismo. Qualidade de vida e bem-estar são elementos presentes na trajetória da empresa Brasilidade e Urbanismo, e ajudam a construir a história desse ambiente, que é a edificação do que se chama arquitetura afetiva. Traços, desenhos e formas refletem a relação de um arquiteto com sua mãe artesã. Senso e sensibilidade são os condutores desse sonho, que é a homenagem a uma mãe e a relação com seu filho. E neste campo onírico, surge esta casa livre, alegre, com a finalidade do exercício do amor. Luz, cores, formas e arte são tijolos e cimento. O interior surge como um Nordeste que conhecemos, a invenção se confunde com a memória. Ontem e hoje serão. A casa não precisa de regras, nem segue fluxos, ela vive como quer: no sentimento das flores de gardênia e nas tintas de um amor que é eterno. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
5/34 Paloma Estrela - Casa Cacho por Fina Casa. Inspirado no pensamento e no trabalho da Fina Casa, o ambiente resgata a essência de uma residência que dialoga com o espaço ao seu redor. As linhas retas e a curva reinterpretam a forma da antiga casa com muro de pedra. A fachada foi pensada como uma experiência em si. A paginação relembra o trançado das peças de Espedito Seleiro, enquanto a marquise de uma água faz referência aos telhados cerâmicos tradicionais. No interior, as cores mais fechadas promovem o intimismo. A estante marca o pé-direito alto da casa, enquanto o mix de mesas sugere herança familiar. O sofá envolve como um abraço, o louceiro expõe memórias e o mármore escuro se impõe como elemento de solidez. Do lado de fora, o espaço de convivência convida ao encontro. O piso drenante em tons avermelhados remete à terra cearense e as peças decorativas de artistas locais incorporam memória e cultura como camadas vivas. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
6/34 Paulo Henrique Ferreira - Onde o Olhar Floresce. O ambiente abriga a essência autoral da Gustavo Eyewear em uma atmosfera que une o rústico ao refinado e o artesanal ao sensorial. Com materiais naturais como madeira e fibras, a arquitetura traduz o espírito boho com leveza e personalidade. As paredes em tons terrosos remetem às camadas da terra, enquanto o mobiliário orgânico e as texturas naturais criam um abrigo acolhedor para os sentidos. O desenho floral feito à mão floresce como símbolo de delicadeza e ancestralidade, reverberando o fazer artesanal das armações, únicas em sua forma e essência. As armações, dispostas como joias em prateleiras iluminadas, são peças de expressão, carregando o gesto do artista, o traço do tempo e o cuidado de quem enxerga o design como extensão da alma. O olhar é protagonista, percorrendo, sentindo, descobrindo e florescendo — assim como os sonhos, que, cuidadosamente semeados, ganham forma e cor. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
7/34 Milena Holanda - Varanda Aurora. A varanda que antecede a casa não é apenas passagem, é porta de entrada para a experiência. Aqui, não se entra por uma porta principal, entra-se pela luz, pelo encontro e pelo acolhimento. Aurora é começo e renovação. É espaço de pausa, onde o olhar encontra o horizonte e o dia nasce diante de quem chega. É varanda de uma casa que é também hotel, lugar de hospitalidade traduzida em formas, cores e sensações. O mobiliário, com personalidade própria, convida à convivência e à contemplação. A mistura de materiais naturais em tons terrosos traz intimidade, aconchego e o calor das raízes. É praia e é lar, é descanso e é partilha. Aurora é o símbolo do despertar, do chamado ao descanso e ao convívio com os seus. Um convite para entrar não apenas em uma casa, mas em uma nova forma de habitar. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
8/34 Carlos Otávio Arquitetos - O Lar Além do Mar. Um espaço generoso, com aproximadamente 100 m² e pé-direito de 6 m, perfeito para traduzir a forma como os ambientes devem ser compostos: leveza, sofisticação, simplicidade e memórias. A Breton, referência nacional em mobiliário de alto padrão, foi essencial para construir não apenas um espaço bonito, mas um lugar que faz sentido para alguém, que transmite acolhimento e pertencimento. Este ano, a inspiração foi encontrada em Maria Edileuza Fontenele Reis, embaixadora do Brasil na Suécia, nascida em Viçosa, no Ceará. O projeto foi idealizado para alguém que ganhou o mundo, refinou o olhar com vivências internacionais, mas nunca deixou suas raízes. O ambiente foi batizado de “O Lar Além do Mar”, pois quem parte e constrói uma vida em outros países precisa criar um novo lar – sem nunca abandonar o calor do lar original. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
9/34 Jéssica Aguiar - Home Cinema. O objetivo é o de traduzir a modernidade em cada detalhe, com formas orgânicas que suavizam a arquitetura e criam fluidez. Os tons neutros trazem leveza e sofisticação, enquanto o contraponto escuro adiciona profundidade e personalidade. O espaço, pensado para acolher e surpreender, revela um snack bar prático e elegante para encontros informais, ganhando protagonismo e unindo tecnologia e conforto em uma experiência imersiva. Mais do que assistir a um filme, convida à interação e ao compartilhamento entre todas as idades. Cada elemento foi desenhado para integrar funcionalidade e estética de forma harmônica. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
10/34 Amanda Rodrigues Arquiteta - Sala de Jantar - Entre Ramos e Reflexos. O ambiente nasceu do encontro entre o sonho pessoal e a vontade de criar algo que acolhesse, revelasse e emocionasse. O "ramo" representa a vegetação inserida com naturalidade e equilíbrio. É símbolo do sonho que se ramificou, um desejo que partiu da raiz do afeto e se espalhou com força e delicadeza. O "reflexo" revela a luz quente que desenha sombras suaves e destaca texturas com ternura. Está nas superfícies que brilham sutilmente, nos vidros e metais. A cristaleira iluminada resgata memórias, as estantes contam histórias silenciosas e a mesa é o ponto de encontro onde tudo se conecta. O espaço é sobre semear com propósito, crescer com autenticidade e refletir com verdade. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
11/34 Joana Rezende Arquitetura - Adega: Ciclo dos Sonhos. O ambiente celebra o ciclo dos sonhos, que envolve semear, cultivar e colher. Cada etapa representa momentos essenciais da vida: o semear, de introspecção e criação; o cultivar, de conversas e trocas; e o colher, de celebração e compartilhar com quem importa. O projeto preserva o arco original da casa, valorizando sua história com pedras expostas e uma estética que combina cores vibrantes, como cobre e terracota, com o acolhimento da madeira e do cinza. Móveis que convidam à reflexão, como poltronas e escrivaninha, convivem com elementos de celebração, como as mesas de sinuca e de jantar. Um espaço que convida à conexão, à reflexão e à alegria, promovendo um brinde aos sonhos e aos momentos compartilhados. Uma homenagem aos ciclos dos sonhos que nos inspiram e nos movem. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
12/34 Beatriz Diógenes, Tania Vasconcelos e Márcia Cavalcante - Galeria das Memórias. O espaço traz, na forma de exposição, recortes da pesquisa realizada pelas arquitetas, docentes e pesquisadoras do Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará (UFC), sintetizada no livro Interiores da Arquitetura em Fortaleza: da origem à profissionalização (1950-2000), que apresenta as origens e o desenvolvimento das atividades voltadas ao projeto dos espaços interiores das edificações, destacando seus principais personagens, os profissionais que foram precursores nesse ramo de atuação, e aqueles que deram continuidade à atividade, além dos projetos emblemáticos e o registro das primeiras mostras do setor, no período de 1950 até 2000, em Fortaleza. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
13/34 Claryanne Aguiar - Além da Superfície. Um escritório contemporâneo e acolhedor, uma homenagem a Cris Cavalcante, mulher com força e sensibilidade, mulher plural: artista plástica, escritora e empresária visionária. A proposta foi traduzir a essência dessa mulher, que une garra e leveza, ousadia e delicadeza. O espaço é vivo, com atmosfera intimista, onde conforto, charme e personalidade se aliam em uma narrativa inspiradora. Os materiais apresentam texturas que provocam o toque, o mobiliário equilibra sofisticação e aconchego, as obras de arte instigam o olhar e a composição valoriza a leitura, a reflexão e o encontro com a criatividade. O ambiente simboliza o movimento constante da vida, a força da mulher brasileira e a beleza da transformação. Um espaço que é, ao mesmo tempo, cenário de trabalho e refúgio de inspiração, revelando também um manifesto de identidade e liberdade criativa. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
14/34 René Parente Arquitetos - Pequenos Sonhadores. Pensado para João e Leo, dois irmãos de seis anos que vivem em Fortaleza e são apaixonados por desenho, futebol, livros e descobertas, o ambiente é uma suíte cujos detalhes foram inspirados na dupla. O espaço une funcionalidade e afeto, criando um refúgio onde brincar, estudar e descansar se entrelaçam com suavidade. Com tons naturais, texturas acolhedoras e elementos lúdicos, o projeto é um convite a cultivar a infância com liberdade, criatividade e amor. A iluminação indireta, presente no mobiliário e no forro, garante uma atmosfera aconchegante e intimista, ressaltando volumes e detalhes, sem abrir mão da suavidade. A paleta cromática, predominantemente neutra, ganha vida com pontos de cor em nuances terrosas e frias, criando um equilíbrio visual que estimula o relaxamento e a imaginação. Listras e xadrez acrescentam um mix de texturas que reforçam o caráter acolhedor e atemporal, tornando-o ainda mais versátil e marcante. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
15/34 Carolina Andrade e Thayane Ferreira - Studio da Estilista. Traduzindo a união entre funcionalidade e estética, o espaço é autoral e acolhedor. Com uma proposta clean, linhas delicadas, paleta suave e uma composição que respira leveza, sem abrir mão da personalidade. Texturas naturais e elementos orgânicos dialogam com o mobiliário minimalista e as superfícies neutras. O resultado transita entre o profissional e o íntimo, entre o processo de criação e os momentos de pausa. A presença de madeira clara, linho, fibras naturais e pedras com acabamento fosco costura a conexão com o orgânico, enquanto obras de arte, artesanato e objetos afetivos revelam a sensibilidade e o olhar apurado. Esse é um refúgio criativo que celebra o design, a moda e a autenticidade, onde a beleza nasce da simplicidade e do cuidado com os detalhes. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
16/34 Raquel Sampaio - O ninho da Eva. Inspirado no significado do nome Eva — origem, vida e maternidade, o projeto foi pensado para criar uma forte conexão entre a infância e a natureza. O espaço foi idealizado como um ninho: acolhedor e afetuoso. A arte no painel verde conta com árvores que simbolizam proteção, crescimento e firmeza em suas raízes. O piso amadeirado lembra o natural, trazendo conforto térmico para os primeiros passos do bebê. Os passarinhos fortalecem a conexão com a natureza e a liberdade, ajudando a criar memórias de infância. Os lacinhos representam ligação e segurança e o trocador iluminado incorpora a pedra como um elemento escultural, representando a força e a luz da maternidade. Nesse ambiente, a arquitetura abraça a natureza, a vida e seu significado. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
17/34 Roberto Pamplona Jr Arquiteto - Ala do Casal. O ambiente contempla quarto de casal, banheiro e closet, onde pórticos de madeira funcionam como divisores vazados. O layout possui uma cama central, com design contemporâneo italiano, como eixo principal. Atrás dela existe uma estante de livros - com objetos do casal, obras de arte e retratos -, uma biblioteca em formato de “U”, que abraça e aconchega, e duas poltronas de leitura. O ambiente, que traz a atmosfera premium e de alto padrão da Casa Rutti, exala romantismo com suas cores suaves e singeleza das jardineiras suspensas com paisagismo de rosas do deserto. O teto vem pintado de tinta acrílica e a paginação de piso em gradiente de cores do azul ao verde em ladrilho hidráulico. Os tapetes asiáticos dão um mood tradicional em contraponto com o contemporâneo. Muitos desenhos e telas do artista plástico Rian Fontenele retratam a figura humana com seus corpos em dramaticidade. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
18/34 Érico Monteiro - Sala de Suzaninha. O projeto é uma ode à personalidade de Suzaninha, com elegância intrínseca e refinamento. O ambiente irradia um charme que equilibra sofisticação, autenticidade e acolhimento. Com materiais naturais, busca criar uma atmosfera de conexão com a natureza, onde o uso de madeira, pedra e tecidos orgânicos confere acolhimento e frescor. A paleta de cores, que mescla tons suaves, estampas e texturas, equilibra modernidade e tradição. O layout, inspirado nas linhas suaves e no luxo natural dos movimentos femininos, cria uma experiência visual e sensorial. O espaço oferece uma sensação de liberdade e continuidade, ao mesmo tempo em que proporciona conforto e funcionalidade. A disposição dos móveis permite uma circulação livre e intuitiva, refletindo a leveza e a elegância que marcam a personalidade de Suzaninha. É um convite a uma experiência sensorial completa, inspirada pela figura multifacetada e inspiradora dessa mulher cearense. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
19/34 Ramiro Mendes - Receita da Casa - DECA. No ambiente, memória, design e afeto se encontram em perfeita harmonia. A tecnologia Deca, uma das mais reconhecidas do mundo, surge com delicadeza, trazendo precisão e modernidade. A cozinha de estar é inspirada nas cozinhas afetivas das avós – das nonas italianas às vovós brasileiras – onde o ato de cozinhar é sinônimo de cuidado e comunhão. O espaço propõe uma reconexão com o essencial: a cozinha como lugar de permanência, onde se conversam sonhos, se tomam decisões, se dividem alegrias e silêncios. O verdadeiro coração da casa, semeando valores como escuta, permanência, delicadeza e tradição. Bandejas de prata, bules antigos, livros de receitas manchados, louças florais e tecidos de linho criam uma atmosfera que acolhe e emociona. O espaço se torna um cenário vivo de memórias, com paleta suave, luz natural e elementos que evocam os sabores da infância. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
20/34 Estar Urbano - Brinquedoteca Inclusiva Girassol. Criado para o projeto Girassol, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, o espaço propõe, de forma criativa e afetiva, o bem-estar cotidiano de nossas crianças, potencializando ideias que respeitem e valorizem a acessibilidade universal com base na neuroarquitetura. A inspiração para Laura Rios e Liana Feingold foi a arte do mestre Espedito Seleiro, trazendo a força das nossas raízes e a originalidade, contando com a participação dos designers Valter Costa Lima, Narcélio Grud e Jander Jucá, que assinam as peças sensoriais. As artesãs Elineide Cavalcante e Armênia Rocha, da CeArt, brilham na cocriação de mobiliários e luminárias. Um lugar para além de brincar, mas, também, para abraçar e celebrar a diversidade de todas as crianças. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
21/34 Fabricio Pereira e Roberta Pereira - Alpendre da Casa. A varanda é um espaço da casa que existe há tempos, desde sempre, em residências de campo e cidade, praia e sertão, e que serve para reunir famílias entre si, trazendo o mundo externo para dentro da casa, sem que, para isso, seja necessário deixar que o conforto impeça a interação da casa com o mundo. Pelo contrário, a ideia é trazer o contato e a contemplação do que está lá fora. Visitar o ambiente projetado pela Bonjardim Paisagismo, é ter a sensação de que é possível contemplar o mundo, cercado dos seus, com aconchego. Como descreve o poeta José de Souza Dantas: "do alpendre da casa dos meus pais se observa a beleza do sertão. Ele tem a visão para o nascente, para o lado sul e para o norte. Bate o vento sutil trazendo a sorte. Outras dádivas de Deus chegam pra gente". (Felipe Petrovsky/CASACOR)
22/34 Kel Oliveira - Lounge Moura Dubeux. O lounge, sofisticado e atemporal, é assinado para a Moura Dubeux, uma das maiores construtoras do Brasil. O espaço traduz o encontro entre luxo, funcionalidade e atemporalidade, se propondo a ser um convite à experiência sensorial e ao acolhimento refinado. Pensado como um refúgio sofisticado para receber clientes e parceiros da marca, exala elegância. O conceito parte de uma paleta de tons terrosos, que trazem aconchego e conexão com a natureza, habilmente contrastada com o toque suave e contemporâneo do rosado das pedras de mármore. O resultado é uma atmosfera onde o tempo parece desacelerar, favorecendo a contemplação e o diálogo. Elementos de design, além de uma adega elegante e funcional, pensada para encontros intimistas, enriquecem o espaço. O lounge traduz a essência da Moura Dubeux, uma empresa sólida, contemporânea e voltada para experiências de alto padrão. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
23/34 Victo Alves Braga - CEART - A Casa do Mestre. O arquiteto apresenta o ambiente com uma homenagem direta ao mestre Espedito Seleiro, ícone do artesanato cearense. Mais do que um espaço comercial, a loja CeArt se transforma em território de memória e encantamento, onde tradição e contemporaneidade dialogam em cores, formas e materiais que traduzem a essência do mestre do couro. Inspirado nos arabescos, nas tonalidades vibrantes e nas técnicas ancestrais, o projeto convida a sentir, admirar e refletir sobre o valor da arte regional. Reunindo peças de diversas regiões do Ceará, o ambiente reafirma o compromisso com a valorização cultural e a geração de oportunidades para artesãos locais. Um espaço que semeia ideias, preserva raízes e projeta futuros, mantendo viva a herança criativa de Espedito Seleiro e de tantos outros nomes do artesanato que ajudam a construir a história do nosso Ceará. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
24/34 Tìcci Sánford - Bodega Sebrae - Mel e Cachaça. O trabalho de fortalecimento e desenvolvimento da nossa cultura e economia realizado pelo Sebrae e a inspiração nas antigas bodegas que marcaram infâncias e histórias cearenses fazem com que o espaço surja elegante e sensorial, sem perder o calor afetivo. A tradição ganha sofisticação por respeito aos produtos apresentados, entre eles cachaças artesanais de Viçosa do Ceará, meles raros, petiscos e produtos locais produzidos na Serra da Ibiapaba. Toda a estrutura foi criada com materiais metálicos reaproveitados, proporcionando beleza e sustentabilidade. O mobiliário e os acabamentos são quase integralmente assinados por fornecedores cearenses, reafirmando o compromisso com a economia local, o design de origem e o futuro do planeta. Sob a sombra de uma mangueira exuberante, cercada por paginações criativas e texturas que evocam a memória sensorial do Nordeste, o ambiente é um convite a sentar, provar, lembrar e celebrar tudo aquilo que é nosso. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
25/34 Narcélio Grud - Anímica. O espaço traz a experiência do brincar como foco essencial da alma, buscando aflorar as habilidades cognitivas, emocionais e psicomotoras com a exploração do ambiente e das suas múltiplas formas de interação. Por meio da Amplitude Design Urbano, utiliza materiais naturais e industriais, resgatando alguns dos brinquedos tradicionais dos playgrounds com roupagens atualizadas e design moderno. O projeto integra novos dispositivos interativos, ópticos e sonoros, ampliando a conexão e permitindo explorar a imaginação e a criatividade. Os níveis do ambiente surpreendem por suas formas diversas de acesso integrando um caráter dinâmico, característico das aventuras e dos desafios da infância. Aqueles que se aventurarem no espaço desenvolverão a capacidade de adaptabilidade e poderão explorar as múltiplas maneiras de resolver problemas, construindo seus próprios meios de fruição de forma espontânea e flexível. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
26/34 Diego Studart - Cozinha Origem. O espaço representa aconchego, sofisticação e convivência. Inspirada nos encontros cotidianos, a proposta une linhas retas, materiais naturais e tons neutros, criando um ambiente minimalista e acolhedor. Mais do que funcional, é pensada para receber família e amigos, valorizando a conexão entre a cozinha e a área gourmet. Cada detalhe reforça o conceito de experiência social, com atenção à iluminação, volumetria, sustentabilidade e escolha de materiais, resultando em um espaço contemporâneo, elegante e cheio de personalidade. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
27/34 Ana Virginia Furlani - Restaurante Mayú. O projeto do Restaurante Escola Senac Mayú teve como inspiração a região do Cariri. O ponto de partida foi a fauna e a flora da Chapada do Araripe, com sua exuberância e singularidade. A paleta de cores foi pensada para dialogar com a natureza da região, com tons de azul, terracota, vermelhos e rosas, criando uma espécie de mimetismo com animais e plantas nativas. O mobiliário foi pensando para transformar a experiência do comensal em um momento único e completo, com todos os tecidos, estampas e texturas escolhidas para dividir o palco com o grande protagonista – a cozinha impecável do Mayú. Além do restaurante, este ano a livraria do Senac divide o mesmo espaço. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
28/34 Gustavo Augusto Arquitetura - Casa Coar - Le Pain Le Café. A trajetória de encanto, sabor e refinamento da Le Pain Le Café, que tem como café oficial o Santa Clara, faz do ambiente um convite a uma jornada sensorial, onde a paixão pelo café se encontra com um profundo respeito pela sustentabilidade e identidade cultural local. Estruturas metálicas e cobertas, antes descartadas, foram ressignificadas. As mesas, criadas a partir de chapas de pedras de edições anteriores da mostra, foram transformadas em peças que celebram a memória do evento. A bancada principal é um painel feito de cápsulas de café recicladas, um tributo à economia circular e à paixão pela bebida, com um olhar atento às raízes cearenses. O mobiliário e os objetos, compostos por peças de designers e artesãos locais, criam uma atmosfera autêntica e acolhedora. Peças de arte foram criadas pelas mãos de Andréa Dall’Olio reutilizando sobras de materiais de produção das embalagens de café. O resultado é um santuário de reconexão, onde o aroma do café, a solidez da pedra e o calor da arte local se unem para oferecer uma experiência memorável. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
29/34 Julia Gasparini - Bangalô Duna. O ambiente nasce do entendimento de que habitar faz parte da essência humana e se propõe a ser a camada que conecta o corpo e o planeta. Todas as estruturas de bambu do espaço são da Bambugalô, empresa que vem se destacando no segmento. Pisos e móveis de madeira, paredes de terra, cobertura de palha de carnaúba, banheiro em pedra e interiores em fibras naturais revelam o cuidado e o tempo humano em cada detalhe. O bangalô mostra que é possível construir com materiais naturais e pouco processados sem perder conforto, sofisticação e simplicidade. Projetado como uma unidade-modelo de hospedagem, é um lugar onde arquitetura e paisagem se confundem, devolvendo a quem entra a sensação de estar em casa no mundo — e em si mesmo. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
30/34 Bruno Ary e Erico Gondim - Caminho das Águas. Elaborado em parceria com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), o ambiente convida o público a refletir sobre a jornada da água, da fonte da natureza até o cenário urbano. Soluções baseadas na natureza se transformam em experiências sensoriais, funcionais e estéticas: um jardim biofiltrante que purifica a água, ilhas de pisos drenantes que evocam jardins de chuva e vegetações nativas que celebram a beleza das espécies locais. O percurso se completa com uma exposição de produtos para interiores e mobiliário urbano sustentável criados a partir de resíduos operacionais da própria Cagece. Através dos princípios da economia circular e do upcycling, aquilo que antes era invisível aos olhos ganha novo ciclo de vida. O ambiente marca, assim, uma conexão inédita entre o saneamento básico, o design, a arte e a sustentabilidade. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
31/34 Gabriela Picanço - Casa Vida e Arte. O espaço foi concebido para ser um ambiente de encontro, movimento e permanência, inspirado pela cultura, entretenimento e lazer presentes no caderno Vida & Arte, do O Povo. A arte cearense está presente na centralidade do ambiente, com uma escultura de Sérvulo Esmeraldo, até os mínimos detalhes da experiência. Mesmo utilizando sistemas construtivos contemporâneos, como estruturas metálicas modulares, para o processo de uma obra seca, reforça o compromisso com a sustentabilidade. O projeto resgata a releitura modernista brasileira, do conceito forma e função, com a permeabilidade visual das fachadas integrando interior e exterior, trazendo o visual do paisagismo como elemento presente na experiência do espaço. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
32/34 Stephanie Ribeiro - Casa Crioula. O ambiente parte da metáfora da semente como criação, resistência e futuro. De traçado oval, valoriza curvas que evocam organicidade e movimento da vida, propondo um ambiente fluido e acolhedor. Sua estrutura é formada por tijolos sustentáveis, replicados como sementes que se multiplicam em paisagem, elogio à arquitetura ancestral e cuidado com a terra. O espaço se abre como uma semente partida: de um lado, vegetação nativa e banco curvo; do outro, living em tons fortes que homenageiam as sementes crioulas. A instalação reúne Wilson Neto, Estúdio Sabá, Marta Brizeno e Associação Fibrarte Fibra, transformando sementes em símbolos de memória e futuros possíveis. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
33/34 Rodrigo Porto Arquitetos - Banheiro Entrenós. O ambiente funcional convida à permanência, ao acolhimento e à experiência. O projeto assume um caráter ousado, ao mesmo tempo em que valoriza a acessibilidade e a naturalidade. A brasilidade se revela desde a construção em telha colonial até os espaços abertos que remetem às casas avarandadas da nossa terra. Mais que um banheiro, o espaço é um convite sensorial. Cheio de informações visuais e táteis, estimula diferentes percepções e amplia a experiência da visita. É um lugar de encontro simbólico entre o público e a arquitetura, entre a função e a arte, entre a tradição e a inovação. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
34/34 Juliana Dias - Bar Secreto Tapis Rouge. Concebido a partir do encontro entre dois mundos: o ecossistema natural, com sua força orgânica e viva, e o ambiente urbano, com suas linhas retas, texturas marcantes, ritmo acelerado e atmosfera contemporânea. Imersivo e conceitual, o contraste se transforma em harmonia, revelando novas possibilidades de convivência entre natureza e cidade. O ambiente, inspirado na atmosfera de sofisticação e requinte do Tapis Rouge, do grupo O Otimista, foi pensado para despertar a curiosidade e criar conexões, provocando uma imersão visual e sensorial por meio da paleta de tons mais sóbrios, iluminação mais aconchegante e uma arquitetura que revela aos poucos. Mais do que um bar, é um lugar para socializar, trocar e experimentar. O projeto carrega um pouco da alma do Ceará, integrando o artesanato cearense como expressão dessa mistura e resultando em um projeto vivo, que respeita suas origens e aponta para o futuro. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
Elenco e operações
Victo Alves Braga – CEART – A Casa do Mestre. Projeto da CASACOR Ceará 2025. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
Entre os veteranos, retornam com propostas inovadoras Brenda Rolim, Marcelo Franco, Ney Filho, Paloma Estrela, Milena Holanda, Carlos Otávio Arquitetos, Beatriz Diógenes, Márcia Cavalcante e Tania Vasconcelos, Claryanne Aguiar, René Parente Arquitetos, Roberto Pamplona Jr. Arquiteto, Érico Monteiro, Ramiro Mendes, Estar Urbano, Fabricio Pereira e Roberta Pereira, Kel Oliveira, Victo Alves Braga, Tìcci Sánford, Narcélio Grud, Diego Studart, Ana Virginia Furlani, Gustavo Augusto Arquitetura, Bruno Ary e Erico Gondim, Gabriela Picanço, Stephanie Ribeiro, Rodrigo Porto Arquitetos e Juliana Dias, consolidando uma linguagem autoral que ajuda a contar a história da mostra. Somam-se a eles os novos talentos Lucas Góes Paisagista, Paulo Henrique Ferreira, Jessica Aguiar, Amanda Rodrigues Arquiteta, Joana Rezende Arquitetura, Carolina Andrade e Thayane Oliveira, Raquel Sampaio e Julia Gasparini, que chegam com frescor, experimentação e narrativas alinhadas ao viver responsável.
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Gabriela Picanço – Casa Vida e Arte. Projeto da CASACOR Ceará 2025. (Felipe Petrovsky/CASACOR)
A experiência se expande com operações que integram gastronomia, varejo e bem-estar: o Restaurante Escola Mayú do Senac traduz técnica e criatividade em serviço operacional; o Le Pain Le Café cria um ponto de encontro com cafés especiais e pâtisserie; a Loja Ceart apresenta curadoria do artesanato cearense; a Gustavo Eyewear destaca design óptico autoral; a Bodega Sebrae aproxima o público de sabores e produtos de pequenos negócios regionais; e o quiosque Labotrat completa o circuito com autocuidado, beleza e bem-estar — um percurso pensado para ser imersivo, sensorial e plural, do projeto à vivência.
Stephanie Ribeiro – Casa Crioula. Projeto da CASACOR Ceará 2025. (Felipe Petrovsky/CASACOR)